segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cidadania com desconto?

Muitos dos nossos filhos estão há 90 dias sem aulas na Escola Pública. NOVENTA DIAS! Isso representa 25% de um ano inteiro sem um serviço público e, mais que isso, um Direito Constitucional garantido a todos os brasileiros.

Meus impostos não tiveram uma redução de 25% este ano. Muito ao contrário, aumentaram um pouco. Duvido que, no final de 2011, este desconto apareça nas minhas contas a acertar com o Fisco. É mais uma invenção brasileira, a cidadania com desconto.

Nós abrimos mão, à força, de parte de nossa cidadania para que a elite política possa se esbaldar em mais e mais episódios de corrupção pura e simples. E a culpa é nossa. A minha parte eu assumo, porque vergonha na cara não é produto pirata. Tem que fazer parte da vida de todos.

Agora, é importante parar. As coisas chegaram a um limite de selvageria do Estado contra todos nós. Além deste ponto, o que mais nossos Governos vão querer? Que a gente pague duas vezes? Meus filhos já tem planos de saúde privada, minha casa conta com sistemas de segurança privada, os cursos suplementares (Inglês, música, etc.) são pagos de forma privada. Eu sou meu Estado? o Estado dos meus filhos sou eu? Então para que preciso do Estado coletivo?

Minha situação é a mesma que a de muitos pais brasileiros. Nós passamos da hora de dar um basta, e não sabemos nem por onde começar. Talvez seja hora de procurarmos uma Justiça privada, também. Parece que a Justiça Pública resolveu que não vale para todos nós, pagadores de impostos.

O Brasil, enquanto país, está falimentar. Mas se recusa a aceitar este fato e a tomar um rumo mais austero para as coisas públicas, que são de todos e por isso mesmo não podem ser de ninguém em particular. Eis um povo bonito, trabalhador, otimista e dedicado sendo reduzido à condição de bestas de carga para poucos privilegiados.

Depois me aparecem umas antas dizendo que existe um jeito melhor (à esquerda? à direita? ao fundo do abismo?) de fazer as coisas sérias florescerem. Estamos há mais de 20 anos aguardando, como os bois diante do machado no abatedouro.

Radicalizar é sobreviver, quando tudo parece ter se perdido. Chega de palavreado bonito, o país precisa de ações concretas de respeito em relação a todos nós.

Nenhum comentário: