sábado, 17 de setembro de 2011

Oração de São Francisco

Preciso dela para tentar entender muitas coisas. Uma delas é o fato de que, no dia de ontem, das 77 pesquisas da Internet que direcionaram pessoas para o Drops de Sanidade, 53 eram sobre o fato ocorrido na Av. Wilson Alvarenga.

É um percentual elevado demais, para um assunto que é privado demais. Desculpem-me os meus leitores de João Monlevade e do Brasil, mas não aceito que o assunto seja classificado como sendo de interesse público.

E não entendo como os mecanismos de busca direcionaram internautas para o Drops. É muito raro que minha vida profissional seja colocada aqui, exceto quando o tema é - verdadeiramente - de interesse público. Sequer gosto de ser mencionado como o Perito Célio Lima, a menos que seja na esfera própria. Nas minha vida pessoal, eu sou brasileiro, pai de família e cidadão. Só estou Perito Criminal até me aposentar, e pronto. Eu sou maior que um simples cargo e procuro viver assim.

Aqui no Blog, as poucas menções à minha profissão dizem respeito às bestas quadradas que dizem, confortavelmente ocultas pela monstruosidade do anonimato criminoso, que meu tempo livre eu não posso usar do jeito que quiser.

Segundo estes animais, eu sou um robô a serviço do Estado. Posso ver e presenciar qualquer tipo de aberração sem me ferir. Não posso ter sentimentos e devo aceitar isso porque o salário é bom, e meu cargo veio pela sorte. Não pela minha capacidade de ser aprovado em um concurso público duríssimo, onde a média de candidatos por vaga ultrapassa os 200.

O que leva 53 de 77 pessoas a procurar por um momento de desespero total, também é um mistério para o qual eu não tenho respostas. E nem as busco em outros lugares. Não estou censurando previamente ninguém, é bom deixar isso bem claro. O ser humano deve exercer sua liberdade como puder, dentro dos regimes legais.

Mas algumas curiosidades humanas contribuem para que nossa sociedade perca muitos valores. Digo isso porque, se um fato angustiante como esse reverbera na sociedade, ele tende a não se encerrar como manchete. É como um incêndio onde a sociedade coloca um pouco mais de gasolina, para manter o calor e as chamas visíveis para quem chegou atrasado, por exemplo.

E isso eu não consigo entender. Peço ajuda à São Francisco e à belíssima Oração da Serenidade, nessas horas. Para me colocar no lugar de uma família que está sofrendo demais. E entender que algumas dores não pertencem a todo mundo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Amigão...larga mão de ser besta... voce se esqueceu que todo mundo sabe que basta entrar no pitáculo para conhecer uma infinidade de coisas boas, inclusive, o blog Opopular... Por outro lado, todo mundo quer saber dos detalhes em primeira mão...Isso não é normal?

CÉLIO LIMA disse...

"O que leva 53 de 77 pessoas a procurar por um momento de desespero total, também é um mistério para o qual eu não tenho respostas. E nem as busco em outros lugares. Não estou censurando previamente ninguém, é bom deixar isso bem claro. O ser humano deve exercer sua liberdade como puder, dentro dos regimes legais."


Desculpe se não me expressei bem. Eu disse que não tenho as respostas, e não procuro por elas. Não sei dizer o que é normal ou não.

Fiquei chateado porque os buscadores de Internet estavam dando o Drops como um ponto de respostas para o caso, e isso não era verdadeiro.

Assim muitas pessoas foram direcionadas para um site que não continha o que procuravam, no caso o Drops de Sanidade. Foi só isso o ponto central que eu queria apontar, tudo bem?

Um abraço e obrigado pela participação.

Unknown disse...

Meu irmão, se procurar a superinteressante, verá uma matéria bastante ampla a respeito do funcionamento destes buscadores, que por sinal, ainda teem um alcance bem limitado, face ao que esperam os grandes anucniantes da web. Salvo engano, o exemplar em questão, se encontra lá em B.H.

Agora, essa sanha que ocorre a muitos, por se aprofundar nestes mistérios da vida, nem sempre é por uma "Síndorme de abutre", como já manifestei anteriormente. Mas ainda tenho como certo, que a banalização da violência urbana, vem fazendo crescer cada vez mais, nosso pouco apreço pela vida...
Dos outros!