quarta-feira, 24 de junho de 2009

Trânsito em JM - Primeiro Round

DEMANDA ESTÁTICA E DINÂMICA

Os termos são meus e não são fundamentais para entender a questão. Logo, não percamos tempo buscando os adjetivos legais ou técnicos, porque não traria claridade a mais para o assunto.

A demanda estática é representada pelo espaço físico, ocupado por veículos parados ou estacionados, nas diferentes faixas de horário ao longo de um dia. É ilusório imaginar que este componente tem pouco peso na equação do trânsito, simplesmente porque veículos param e estacionam o tempo todo.

Identificar que a demanda estática é o maior problema de nosso trânsito não é tarefa para amadores. Requer metodologia, pessoal treinado e equipamentos (simples, mas em grande quantidade) que produzirão um instantâneo global das áreas afetadas e elegíveis para intervenção imediata e futura. Este é o primeiro passo.

A demanda dinâmica é o segundo passo. Significa identificar a natureza e o tipo de deslocamento veicular que prevalecem sobre as vias, igualmente observando-se a faixa de horários específicos. Fluidez no trânsito, aliada ao planejamento dos deslocamentos, contribui para que a sensação de sufocamento urbano - pela qual estamos passando - seja minimizada.

Os dois maiores pontos de gerenciamento que devem ser atacados, infelizmente, podem causar reflexos eleitorais negativos. O primeiro deles eu já informei: incentivamos o estacionamento irracional e improdutivo economicamente, em nosso hipercentro. Sem reduzí-lo em números volumosos, as demais intervenções serão inócuas.

Da mesma forma, a distribuição do fluxo é ainda ineficiente, por desperdício de vias públicas redundantes e mal aproveitadas. Claro que aqui ainda se encaixarão as intervenções de grande custo financeiro, como obras de ampliação, abertura de novos corredores e adequação das vias existentes. Resumindo, esta etapa consumirá tempo e dinheiro em grande quantidade.

De imediato, a implantação de estações distribuidoras - uma nas imediações do Castelinho e outra nas imediações do Hiper Comercial - podem permitir que o trânsito de ônibus maiores na Wilson Alvarenga seja redimensionado, substituído pelo uso de miroonibus que poderiam parar nos pontos deste trecho. Alguns carros maiores fariam o trajeto expresso, sem paradas.

Assim, quem embarcasse na Usina, por exemplo, teria duas alternativas de trajeto, dependendo do horário e do destino final: pegar onibus maior até a estação Cubo (nome patenteado e meu, hein?) Castelinho e dali seguir de micro até o ponto desejado ou até a estação cubo Hiper. Da estação Cubo Hiper retomaria o ônibus maior até o destino final, se este não estivesse contido no trecho coberto pelos micros. Ou ainda embarcaria na Usina numa linha Expressa, sabendo que não haveria paradas desta linha no trecho entre a Estação Cubo Castelinho e a Estação Cubo Hiper.

Detalhes maiores fornecerei se houver interesse real na implantação, por parte das Autoridades Competentes. Só quero demonstrar que monlevadenses, assim como todos os outros povos, possuem também a capacidade de pensar com lucidez.

Apenas um aviso: reflexos eleitorais são secundários, sempre que o resultado final de uma medida for benéfico à maioria dos cidadãos. Basta ter o feeling e o aconselhamento técnico adequados e nenhum político apanha sem ter dado motivos justos para tanto.

O Segundo Round trará sugestões sobre o incentivo ao transporte alternativo (falando aqui de alternativas ao ônibus e automóveis privados, não à concessão pública do transporte coletivo).

Um grande abraço e até lá!

3 comentários:

Manthis disse...

Eu iria propor algo como um "bonde", aproveitando que a malha ferroviária permite sair da belgo e chegar até o São João, e dali, usando a sua idéia, permitir a integração. Outra medida radical seria proibir o tráfego de veículos com menos de 3 passageiros na getúlio vargas. Muitas vezes, o trânsito é composto de pessoas solitárias com seus automóveis fálicos, expondo sua figura.
Apenas um exercício de criatividade. Acho que trânsito se resolve com soluções criativas e ousadas (como a sua).

CÉLIO LIMA disse...

E eu não pensei no tráfego de passageiros pela malha ferroviária, o que é uma solução muito criativa e, dependendo dos custos de implantação, muito oportuna.

Só este seu post já reforça a realidade de que, quando as ideias se somam, o resultado acontece.

Obrigado e parabéns, J!

Unknown disse...

Caros Amigos Célio e José Henriques,
apesar de um teleférico como o implantado em BOGOTá, Colômbia, resolvesse o problema, é formidável esta idéia.
E não seria problema a instalação de uma malha ferroviária por todos os corredores de J. Monlevade, afinal, trem sobe e desce ladeira, e seria muito mais barato. Uma parte já existe.
É uma ótima idéia, e com implantação de BONDES.
Parabéns.
Abraços.