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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Minha opinião não conta

Tenho recebido algumas cobranças leves (e educadas, já vou esclarecendo) sobre o porquê de não me manifestar a respeito da construção de um prédio anexo à Câmara Municipal. A resposta? Minha opinião não conta.

Observei o caso a partir da legalidade. Está perfeito. Pelo lado da legitimidade, está perfeito. Tanto para o Presidente da Câmara quanto para as pessoas que estão se posicionando contrárias à construção. Então, o ponto de diálogo é a questão moral. E questões morais são individuais, não podem ser anuladas numa democracia.

Assim, mesmo sabendo que minha opinião não conta, informo que sou contra o momento em que essa obra virá a luz. Assim como sou contra o momento escolhido para as manifestações populares. A obra não surgiu em Abril ou Maio de 2012. Ela surgiu antes, e não ocorreram manifestações. Dessa forma não é simples isolar a indignação do oportunismo. E não estou dizendo que haja oportunismo. Falo do que parece ser, em detrimento do que deve ser.

E falo ainda que o caminho, de manifestações constantes e decididas, é maravilhoso para João Monlevade. defendo há muitos noas que aquela Casa precisa estar sempre cheia, porque a Democracia floresce é sob cuidados mesmo. Assim como qualquer jardim que a gente queira ver bonito e saudável.

Mas minha opinião não conta, e este é o ponto principal que eu espero ter esclarecido bem para vocês. Um abraço a todos.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Agradecendo

Meu agradecimento de coração ao Márcio Passos e ao Thiago Moreira pela inclusão do Drops de Sanidade nos links de leitura. Penso que é assim mesmo que devemos funcionar, como uma rede local de troca de sinergias e pensamentos. Independente de haver diferenças pontuais ou não, porque há. Sempre.

Minha última experiência de embate partidário em João Monlevade me deixou vacinado para algumas coisas. Uma delas é não deixar que a paixão obscureça o que é objetivo e direto, na linha de nosso futuro enquanto cidade.

Para mim, ou o próximo Prefeito será um gestor e empreendedor de sucesso e experiência comprovada em vida pública, ou Monlevade vai demorar mais alguns anos para encontrar o caminho do desenvolvimento integral.

E, obviamente, todos tem o sagrado direito de discordar do que eu digo.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Discussão que começou em um blog

Tenho que parabenizar a colega blogueira Eliane Araújo. Com uma postagem indignada e justa, ela iniciou uma discussão mais ampla que o simples "de quem seria a culpa" na questão Hospital Margarida x Poder Público x Sociedade monlevadense.

Iniciar a discussão em nível mais elevado deveria ser a atribuição de representantes de nossa sociedade. Mais precisamente o debate deveria ser iniciado pelos poderes Legislativo e Executivo. Mas, não... Em Monlevade o início desse debate mais racional ainda está longe de nosso cotidiano.

Este é apenas um dos aspectos positivos de se possuir uma comunidade blogueira consciente e ágil. João Monlevade vai se beneficiar, no futuro, desse fenômeno que ainda está em processo de formação e de amadurecimento. O de se ter a cidade parcialmente traduzida por pessoas que não temem emitir suas opiniões, exercendo a liberdade constitucional de expressão.

Pode incomodar, mas é um passo a mais para se evitar situações vexatórias. Como, por exemplo, ver uma criança monlevadense de gema ter em sua certidão de nascimento o nome de outra cidade estampado.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Discordo, mas respeito

Hoje o jornal A Notícia publicou um direito de resposta determinado pela Justiça local. Discordo, mas respeito a decisão do Judiciário. Para os que possuem boa memória, é a mesma discordância que tive quando o Judiciário local condenou Gustavo Prandini por captação irregular de recursos de campanha, uma situação que ainda hoje se arrasta por alguma gaveta lá em Brasília.

A Democracia é justamente o respeito às diferenças. O que espanta no Brasil é a disparidade de tratamentos que o Estado possui. Qualquer governo pode quase tudo, mesmo quando a legislação é clara. Por exemplo, a Lei Orgânica de João Monlevade proíbe o nepotismo e a irmã do Prefeito exerce cargo de confiança há tanto tempo quanto ele. Coisas de Brasil...

Discordo, mas respeito a decisão do Judiciário, porque meu senso de Democracia não é movido a decorar palavras lidas em qualquer pedaço de papel. Meu senso de Democracia foi forjado numa luta insana para ser humano, num mundo em que tantos se contentam em ser apenas gente.

E fica mais um registro de trapalhada: o Direito de Resposta requentou um assunto que há muito estava congelado, de tão frio: o fato de que enquanto os professores lutavam bravamente por sua dignidade salarial mínima (prevista em Lei) o Prefeito Municipal (e não o cidadão, porque a vida pessoal deste não interessa a ninguém) curtia férias na Europa.

Vida pública, quando assumida com compromisso e zelo, transforma o cidadão em um servidor da sociedade inteira. Portanto, coisas muito naturais como viajar para onde se quer e quando se quer, são sublimadas na enorme responsabilidade de interferir com a vida pessoal de milhares. Mas há gente que não consegue entender este fato.

Ainda bem que acaba ali por Dezembro. Com respeito e com toda a minha discordância.


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Encontro de blogueiros - Visão n.º 1


Esta é uma visão possível, embora eu não esteja afirmando que ela exista, em relação aos Encontros de Blogueiros de João Monlevade. Reparem bem a total compatibilidade de comportamentos (são monstros), o ambiente de conspiração e a liderança maligna. Até a sombra parece fazer parte do ambiente de "arrase-se tudo!"

Horda? Quadrilha? Corja? Quem é o dono do dicionário, afinal, para delimitar em um único vocábulo todo um universo de intelecto e emoção? De razão e de paixão pelas coisas? Que se apresente e jogue suas pedras. Eu sou daqueles que já atirou muitas, já recebeu outras tantas. Pedras não me trarão qualquer sentido de novidade ou de evolução para as coisas. É muito provável que todos os blogueiros, já participantes de alguma edição passada, estejam na mesma condição de vida.

Enxergar os nossos encontros como algo assemelhado a isso aí é direito de todo e qualquer cidadão. Os "monstros" são democráticos, na verdadeira acepção da palavra, e não irão se ofender jamais. Porém, como primeira visão, eu penso que ela não traduz o que são nossas rodadas de interação blogueira.

Na imagem está faltando riso. Falta a capacidade de encarar o ridículo próprio de tentar ser feliz, com o que se tem e com o que se é, sem ingerências de outras instâncias menos nobres. E temos conseguido receber com muita elegância e carinho aos não-blogueiros que se aventuram.

Já passaram pelos nossos encontros gente do calibre de Wilson Bastieri, Railton Franklin, Teotino Damasceno, Zé Conceição, Pedro Paulo e muitos outros. Nossas famílias, de vez em quando, dão o ar da graça também. Não há registro em minha memória de que alguém tenha se sentido maltratado a ponto de se ver diminuído.

Mas é o meu ponto de vista. Posso estar errado. Os seres humanos podem sempre errar em alguma coisa.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Privataria Tucana

O livro do jornalista Amary Ribeiro Jr, que trata de falar sobre desvios e desmandos de uma boa parte de políticos do PSDB, vai demorar para chegar em minhas mãos. Este é o maior motivo de porque ainda não falei sobre o livro: é bom tomar conhecimento aprofundado para que a opinião seja isenta o mais que puder.

Mas uma coisa já me chamou a atenção: a revista VEJA lançou uma matéria de capa que parece cair como uma luva para dar credibilidade ao livro. Eu gosto da revista VEJA e sou leitor há mais de quinze anos, portanto sei que ela lançou denúncias e acusações contra todos os governos já passados na história democrática do Brasil.

Também sei que o viés ideológico de VEJA é diferente do viés ideológico em voga há muito tempo no Brasil, e que é bonito de se ver na teoria, mas na prática é letra morta. Simplesmente penso que os partidos políticos são eventos orgânicos, cuja qualificação está diretamente relacionada à qualificação de seus integrantes. Logo, temos partidos políticos tão heterogêneos quanto as pessoas que os compõem, no Brasil e no mundo.

Sou adepto da ideia e da prática de que, se o livro contiver fatos e provas a mensurar e punir, ótimo que se façam as duas coisas. Sem perder de vista os fatos atuais, também. Nosso país é, no dizer de Millor Fernandes, indubitavelmente o país do futuro. Por isso inventamos o cheque pré-datado, uai!

Mas o que mais importa, seja no rincão de Monlevade ou no coração de Brasília, é o que estamos fazendo para que o futuro seja bom e justo. O resto é pouco relevante, inclusive o barulho que se fará em cima do citado livro. provavelmente algum simpatizante de outra corrente política editará um livro sobre traquinagens e estripulias do PT, ou do PMDB, ou do DEM, ou do PSB, ou do PV, ou do PSD por exemplo.

O que podemos fazer é torcer para que sejam editados muitos livros, abrangendo todas as siglas possíveis. Políticos se vêem em apuros sempre que muito barulho é feito em torno deles.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

É difícil consultar a população?


O povo do Pará entendeu bem a questão. Aumentar o número de Estados brasileiros com a divisão do Pará só serviria para fabricar mais cabides de empregos. Ponto final na palhaçada. Claro que haverá gritaria contra o resultado do plebiscito; sempre há gritaria quando o resultado não favorece e para cada vencedor há de ter um ou mais perdedores. Mas isso faz parte do jogo democrático, queiram ou não os meninos mimados aceitar.

O Drops de Sanidade já fez este alerta por aqui. Plebiscitos e referendos populares são a melhor forma de estabelecer algumas coisas em Gestão Pública. Porque quando alguma coisa sai exclusivamente da cabeça de políticos, podemos ter certeza de que foi pensada para benefício próprio e único deles mesmos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Denúncia?

Quando ouço o termo "denúncia" na emissora Cultura AM (rádio de grande audiência na região) tenho duas reações diferenciadas:

- Entendo perfeitamente o significado de comunicação, informação (embora muito mais utilizado neste sentido em Portugal do que no Brasil).

- Sinto que é pesado e que deveria ser reservado às acusações.

São duas instâncias muito diferentes, mesmo sendo ambas aceitas pelos grandes operadores da Língua Portuguesa. Em minha opinião, o uso do tremo "denúncia" está intimamente ligado à acusação, aqui no Brasil, junto à população mediana. Deveria ser restrito às efetivas acusações.

Ou deveria ser muito bem trabalhado de forma a evitar a tentativa de desqualificação da denúncia em si mesma, como mecanismo de alerta ou de comunicado. Um exemplo fictício:

Se um equipamento público está quebrado e em completo abandono, são duas as denúncias possíveis: para a Prefeitura a respeito do vandalismo cometido pela população (informativa) ou contra a Prefeitura pelo descaso com os reparos (acusadora). Vejam como é confusa esta construção frasal.

É óbvio que eu tenho uma conduta de afastamento da redação da rádio, porque não faz parte de minha competência avaliar sua atuação, nem seus critérios técnicos. O que me intriga é entender o porquê dessa conduta, já que ela permite um contraponto injusto por parte do mau governo que nos assola.

Exemplo prático: o vandalismo de bens públicos é uma horrenda manifestação humana, que existe aqui em Monlevade também. Neste caso, informar e cobrar da Prefeitura as ações concretas são os termos mais adequados, na minha modesta opinião.

Já quanto ao recapamento asfáltico que vai embolado no balaio do asfaltamento é denúncia mesmo; a Prefeitura precisa ser mais honesta de princípios para separar bem as duas coisas. Aplicar uma camada nova sobre uma camada desgastada de asfalto é recapear, e pronto.

Essa batalha de posicionamentos é necessária e democrática. O que precisamos ter em mente é a necessidade de qualificar as denúncias. Tanto as informativas quanto as acusatórias.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Fazer oposição dói


Este link traz numerosos processos judiciais onde a figura pública do Prefeito Municipal consta como parte. De nove procedimentos, seis são voltados contra o Jornal A Notícia ou contra o seu proprietário, Márcio Passos. A tradição do costume permite afirmar que, em João Monlevade, os dois nomes se confundem: A Notícia é sinônimo de Márcio Passos e Márcio Passos é sinônimo de A Notícia.

Cada leitor do Drops faz a análise que quiser, este é um dos fundamentos da Democracia. Ela, inclusive, é responsável por haver um Poder Judiciário atuando também em favor do cidadão. Nos regimes tirânicos, o Judiciário só tem olhos para o que o mandatário quer ver.

Um fato curioso a ser refletido é que Gustavo Prandini é advogado e, portanto, sua profissão é fruto direto de um regime democrático estabelecido e em amadurecimento constante. A pesquisa foi feita pelo nome das partes, o que significa que o combativo advogado Gustavo não tem processos abertos contra si, atualmente, por nenhuma das pessoas públicas contra as quais litigou até 2008.

Isso nos faz refletir sobre a natureza do exercício da função pública superior, antes de 2009 e depois de 2009, em João Monlevade. Salta aos olhos uma intolerância à divergência de ideias e opiniões. Nossa Constituição Federal cita a liberdade de opinião identificada como um dos pilares de nossa Democracia, e faz um bem enorme ao Brasil inteiro que assim seja.

O Governo argumentará que está buscando não o enforcamento da liberdade de expressão, mas o limite em que tal liberdade pode ser exercida. Concordo, em parte. Apenas depois que o Judiciário se manifestar em todas as instâncias será possível concluir algo concreto.

O que me intriga é saber que 66,6% de todas as ações judiciais apontam para um destino só. E porque a ação parlamentar de José Arcênio Magalhães teria ofendido o Poder Executivo de alguma forma, já que o Poder Legislativo é independente - ou deveria pelo menos estar independente. Em joão Monlevade começo a ter sérias dúvidas a respeito disso.

Marcelo Vieira Barbosa também é alvo da ira Executiva. Sabe-se lá porquê...

Só me permito concluir, por agora, o que seria deste link em extensão e em profundidade, se a população inteira fosse intolerante contra a pouca capacidade de governo. Provavelmente teríamos uma lista tão extensa de nomes quanto um catálogo telefônico.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Perdemos nosso tempo?

Para vocês que ainda se perguntam: "mas o que diabos este pessoal faz que não deixa de lado o Governo Municipal? Fica parecendo perseguição!" eu respondo com poucas palavras.

Um governo não brota por casualidade. Ele nasce por ação de centenas de pessoas que, inicialmente, acreditam em pessoas que se propõe a governar. Quando toda crença se confronta com um instrumento de governo voltado para implodir a Democracia em si mesma, quem acredita mais na Democracia que em um governo qualquer tem mais é que se manter vivo e alerta.

Nenhum governo é um fim em si mesmo. Ele é um meio do qual a sociedade se vale para se melhorar. Quando este meio (governo) se transforma em um fator de piora numa sociedade, ou se encerra o governo ou se encerra a sociedade. Nem preciso dizer qual é a escolha mais inteligente para fazer.

E, para não restar mais dúvida alguma, saibam que TODO governo adora ser paparicado com elogios e rapapés. E isso é natural. O que nunca é natural é a vontade de só escutar elogios e rapapés, fechando olhos e ouvidos para qualquer outra coisa. Esta é a morte de qualquer governo sério.

Em João Monlevade o cadáver já fedeu há muito tempo. Então o que fazemos é bater papo no velório. E olha que o defunto quer tomar conta dessa nossa liberdade inegociável... Também.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O valor dos desempregados

Esta é uma das postagens mais difíceis para fazer. Porque ela se baseará unicamente no exercício da lógica e no uso racional dos argumentos, deve ser limpa de preconceitos e clara em seus objetivos. Vamos a ela, com calma e com fatos:

Ao conhecer o grupo político que apoiei, em 2007 (e que viria a ser consagrado como o vencedor das eleições em 2008), tive o pressentimento de que as coisas iriam se desenrolar com muitas dificuldades. Explicando melhor, na primeira reunião em que compareci para conhecer a pessoa de Gustavo Prandini, ele não compareceu para conhecer os novatos que chegavam.

Se foi por excesso de compromissos ou por deselegância não sei até hoje, mas a primeira impressão é que fica.

Na segunda reunião o candidato a prefeito compareceu, mas sentou-se à direita de Emerson Duarte, que ocupou a cabeceira da mesa. A segunda impressão não ajudou a melhorar a primeira. Na minha modesta opinião, o Capitão do barco ocupa o lugar principal. Sempre.

A partir daí, nenhuma decisão estratégica foi tomada com os membros do Partido Verde. Tudo o que se podia fazer era aguardar os jornais e verificar o que estava acontecendo na engenharia política, embora a engenharia eleitoral já estivesse entregue em boa parte ao PV.

A ética obriga ao respeito pelos detalhes, que serão omitidos. Uma vez que a estratégia de engenharia estava sendo tratada com o Partido dos Trabalhadores, o que os integrantes do Partido Verde fizeram foi tentar estruturar o PV local, na expectativa de alavancar a trajetória política do Candidato Gustavo Prandini. Possuíamos uma esperança real de oxigenação do cenário monlevadense, que se encontrava polarizado e estagnado entre forças que se anulavam, em vez de buscarem o senso comum do progresso social.

Todos os esforços de estruturar o PV em João Monlevade foram pouco incentivados e, muitas vezes, abortados pelo núcleo duro do comitê de campanha e gestão política. Mesmo após a eleição de Gustavo Prandini, a frase que me acostumei a tornar um mantra era: "Ótimo. Vencemos as eleições. agora é hora de montar um partido político."

Como todos a esta altura devem saber, não conseguimos e me desfiliei em Fevereiro de 2009. O que me propus fazer era a defesa intransigente do modelo em que acreditei. Os anos iniciais deste Blog confirmam isso. Tornei-me um combatente do Governo, mesmo duvidando de que fosse mudar estruturalmente.

Jamais me arrependo das coisas que faço e dos movimentos que realizo. Não faz parte do meu caráter. As vísceras do meu pensamento estão aí para ser reviradas, porque nunca apaguei ou apagarei qualquer artigo publicado no Drops de Sanidade. Não sei descer ao nível da covardia.

Mas ao nível da humildade eu desci. O tempo se encarregou de mostrar a mim mesmo que as pessoas a quem combati ferrenhamente, aqui no Drops, podiam ter seus motivos para combater também. A grande maioria hoje guarda por mim, pelo menos o respeito. Eu os procurei um a um, explicando as razões de minha batalha e a dignidade da minha esperança, enquanto esta viveu.

O que eu vi ao longo deste anos não me desapontou, não me fez amargo nem me desanimou. Apenas me defenestrou em outra direção, o que é perfeitamente lógico e racional. Alguns episódios falaram por si só, e não pretendo repisá-los neste artigo.

É claro que, sendo humanos, mágoas se criaram e vínculos se perderam. Entendo isso com naturalidade e não guardo qualquer rancor, com exceções que dizem respeito unicamente à minha pessoa conhecer. Peço licença aos leitores para guardar essas exceções comigo.

A propósito do título, ele é emprestado do Blog do Jornalista Thiago Moreira, a quem ainda devo a visita de cortesia e trégua. Hoje não faz sentido acreditar que Thiago seja apenas mais um combatente de outro exército. Ele combate pelo que acredita e aprendi a respeitar isso.

Por isso mesmo peguei emprestado o termo. Este núcleo de governo apostou nos desempregados, quando não retirou de bons empregos pessoas que, posteriormente, transformou em desempregados. Para um projeto que tinha como co-engenheiro o Partido dos Trabalhadores, não fazia o menor sentido. Mas foi assim que se materializou o ápice: em sua fase terminal, a aposta é feita novamente em desempregados, só que de luxo e com a grife PT com bordas douradas e gratificações, que muitos colaboradores de valor jamais viram em sua trajetória.

Eu, na minha humilde condição de estudioso do fenômeno humano, não apostaria que as pessoas convidadas a construir o final, possam corrigir o começo equivocado. Até porque O PT nacional possui vagas bem mais importantes que as proporcionadas pela cidadezinha que João Monlevade representa, a nível de Brasil inteiro.

O que faço agora é observar o final da agonia. Haverá muitos desempregados de valor, sobrando em nosso mercado de trabalho local. A vida vai seguir, as perdas serão assimiladas e novas pessoas chegarão, bem como irão permanecer muitos companheiros de jornada pregressa. Eu saí fortalecido, desses quatro anos e meio de vivências. 

Torço para que as pessoas de bem que eu conheci, passem pela mesma experiência de fortalecimento.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fim dessa polêmica: 11 em 2013

Após as reviravoltas próprias do jogo, com a minha ressalva de que deveriam ter acontecido antes de qualquer discussão pública sobre o assunto, os vereadores monlevadenses chegaram a mais uma conclusão definitiva na tarde de ontem. Serão 11 as vagas para o legislativo nas próximas eleições.

Ainda bem que a partir de agora não há mais como mudar nada para 2012. Estava ficando estranho o vai-e-vem de opiniões definitivas a respeito. Parece que no Legislativo monlevadense, definitivo é tudo aquilo que dura mais de um mês.

Algum dia vou entender a estratégia de se enfraquecer para se firmar. De se diminuir para ser mais importante. De se dobrar para exercer o controle social previsto no modelo democrático vigente. Enquanto isso não ocorre, vou lembrar que o mesmo regime democrático prevê estes revezes e aceitar o resultado dessas votações com serenidade.

Só me reservo o direito de não concordar. São duas instâncias diferentes.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Entre nós e Itabira vai um mundo

De diferenças, Graças a Deus. Principalmente porque as duas cidades merecem muito respeito e admiração. E porque cada uma delas deve cuidar de seus problemas locais. Mas o objetivo aqui é destacar uma das diferenças positivas a nosso favor: enquanto Itabira está passando por um momento difícil em relação à Democracia (onde anônimos e bandidos estão tomando a rede virtual de assalto para denegrir pessoas sérias), João Monlevade está vivendo um momento ótimo.

Há espaços de informação e opinião para todos os sentimentos e gostos. Todos devidamente assinados e levados adiante por pessoas de carne, osso e identidade. À parte alguns anônimos menos preparados para conviver com a Democracia plena que postam comentários esparsos, quase todos os autores relevantes são conhecidos do público monlevadense.

E esta característica não tem preço. Sempre afirmei que Blogs, redes sociais e outras ferramentas digitais não podem ser o único motor social que nos alavanca. Mas se não houvesse o sentimento de honra, brio e caráter que observamos em nossos autores, a cidade estaria dando sinais de morte da Democracia. Só quem estudou ou viveu profundamente os regimes ditatoriais sabe o que isso representa na vida de um ser humano...

Torço para que Itabira reencontre o caminho do debate democrático, e que João Monlevade jamais perca o seu.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Gisele em cima de pôneis

A mais recente onda de fúria infanto-juvenil da mídia brasileira se volta contra Gisele Bündchen e calcinhas e sutiãs. Lembra muito o "frisson" causado pelos pôneis malditos, lembram-se?

Pois é. O emburrecimento coletivo traz coisas sombrias. Se a modelo não tivesse todo o seu padrão de vida obtido a partir de seu corpo, eu entenderia a barulhada. Se calcinha e sutiã transformassem qualquer mulher em objeto sexual apenas, todas seriam, justamente como todos os homens que usam cueca alguma vez na vida.

O preconceito não existe na mídia, apenas. Ele precisa de um forte combustível intracraniano para nascer. Alguém que acredita em calcinhas e sutiãs como amarras para a plenitude de uma mulher, vai externar essa opinião sempre que vir uma vestida deste jeito.

Lembra os pôneis. Falem bem, falem mal, mas falem de mim. Os profissionais do marketingue precisam trabalhar. E quando o trabalho deles é lembrado, a missão foi bem cumprida. Pelo menos assim é que deveria ser.

Levar a sério demais a mensagem, sem refletir sobre a finalidade a que ela se destina, é coisa de uma geração que já não pensa mais, não reflete mais, não quer perder um pouco de seu tempo amadurecendo conceitos. Quer tudo pronto, tudo muito bem mastigado, muito deglutível, muito fácil.

Uma laranja fornece suco e bagaço. A escolha do alimento fica por conta de quem a tem nas mãos.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Do fundo do Baú

Varrer o lixo para debaixo do tapete não torna um ambiente mais limpo. Simplesmente torna um dos lados do tapete mais sujo. E a repetição deste mau hábito faz com que muita gente, um dia, já não consiga reconhecer o que é tapete e o que é lixo. Acaba por caminhar sobre um tapete de lixo e, na pior das hipóteses, acaba por considerar que o lixo pode ser um bom tapete.


Agenda oculta? Lixo é lixo. Intransitivo e teimoso aos olhos de quem o vê. Respeito sempre a liberdade de escolha e o poder de decisão, inclusive o de decidir que aqui se encontra lixo em estado puro.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Está tabelado?

Com o valor estabelecido de 20 mil reais, João Monlevade está observando mais uma coisa inédita: o tabelamento de preços judiciais envolvendo como parte o prefeito Gustavo Prandini. Não vou sequer me dar ao trabalho de lembrar aos leitores os eventos que já se passaram, com o mesmo valor pleiteado.

Mais uma vez, já que disse antes de muitas formas: não tenho procuração, relação de amizade, representação formal ou autorização para falar em nome do prefeito. Falo por sentimento próprio de quem sabe, no fundo do espírito, que Gustavo Prandini é uma figura que tem muito mais a mostrar, em matéria de conteúdo e qualidade, como pessoa pública.

Só o conhecendo a partir de 2007, apenas superficialmente, ainda assim sinto que há algo errado. Minha tendência é creditar muitos dos seus equívocos à assessoria ruim, mas já se vão numerosos meses de governo e de atitudes estranhas à cidadania e à Democracia. Então, é só isso que está aí, depois de uma longa campanha em que muitos afirmavam um novo tempo político para João Monlevade?

Só a assessoria é responsável por tudo? Não acredito mais nessa hipótese. A manada obedece ao comando do tropeiro, na maior parte do tempo. O comando ruim produz uma manada rebelde, e ruim.

Parece que, em breve, o tropeiro estará mudando de fazenda e aportando no Partido dos Trabalhadores. É uma boa tentativa de imputar ao PV todo o despropósito de resultados entre a promessa e o trabalho efetivo. Vejamos se a mudança de ares produz algo substancialmente diferente do que vimos até agora.

Até lá, um aviso aos navegantes: cuidado, porque 20 mil reais fazem uma falta danada nas contas de qualquer pai de família monlevadense. E ao que parece, Gustavo pretende criar a figura do homem público blindado ao controle de quem lhe paga o salário com o suor dos impostos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

PT Partido e PT Governo

Há trinta anos conheço a história do Partido dos Trabalhadores. Não sei dizer quando essa história foi engolida pelo fisiologismo, mas aconteceu. O PT sempre teve imensas dificuldades em entender uma coisa simples: o Partido pode - e deve - regular sua vida interna como quiser. O Governo não tem esse direito. E quando o Governo por mérito da Democracia é exercido pelo PT, a vida interna do Partido deve ser relegada a um segundo plano.

Governar é entender diferenças. As mesmas diferenças que, um dia, levaram o Partido dos Trabalhadores e se rebelar contra o estado as coisas a seu redor. Nesta fase de sua vida, o PT precisou da imprensa que agora ele quer sufocar. O PT fez a oposição ferrenha que agora ele quer desqualificar. O PT denunciou manobras que, hoje, ele domina com perfeição e truculência, às vezes.

Ninguém que lê o Drops é tolo, e eu não desmereço a inteligência de nenhum dos meus leitores. É óbvio que há pessoas bem intencionadas dentro do PT no Brasil inteiro. Há pessoas bem intencionadas em quase todas as aglomerações humanas.

O que eu questiono, sempre, é a danada da coerência. Vivemos em um mundo onde a coerência está relegada a um terceiro ou quarto plano, sei lá. E sem ela, talvez nem valha a pena viver. Fora dela, o PT se mistura a um caldo de cultura onde os micróbios não podem ser distinguidos um dos outros, nem com o mais potente dos microscópios.

E irrita profundamente o intelecto observar que o Partido dos Trabalhadores, de forma sistemática, ainda tenta convencer a todo mundo que é o mesmo dos anos 70/80. Não é mesmo. Os escombros fazem lembrar uma casa que existia ali, mas não deixam nenhuma possibilidade de conhecer o que, um dia, foi um lar.

O "efeito PT" em João Monlevade

O prefeito Gustavo Prandini, operador do Direito em sua formação pessoal, está processando o vereador José Arcênio Magalhães por opinião emitida em plenário da Câmara Municipal. Só pode ser fruto do "efeito PT", porque Prandini reconhece os valores democráticos e entendeu muito bem o contexto de discurso do edil.

Estamos retrocedendo a uma velocidade assustadora. Pouco me importa se o vereador realmente crê no que afirma em Plenário. Ali, mais do que em qualquer outro lugar, tem imperado um teatro de engodos que visa, exclusivamente, alimentar uma ilusão sensorial em todos nós. Querem que a sociedade tenha o sentimento de haver um Poder independente e operante onde, absolutamente, há apenas um cartório em suas ações finais, por opção de sua maioria.

O que posso afirmar é que, sim, os dois sabem muito bem o jogo que estão jogando. Quem perde mais ao jogá-lo, obviamente, é o prefeito. Integrantes do Legislativo são imunes ao crime de opinião, se essa for emitida em razão exclusiva de sua ação parlamentar.

Eis uma amostra concreta da independência entre os Poderes. Pena que nossos vereadores só acreditem nela quando, eventualmente, precisam ser protegidos. Quando vier o projeto de Lei sobre venda de áreas públicas, dilapidando um patrimônio que pertence a todos nós e com finalidades que nunca foram bem explicadas, veremos se esta independência continua sendo lembrada por todos os edis. Estamos de olho.

Chamo de "efeito PT" a iniciativa de Gustavo Prandini porque seu viés de pensamento é democrático, mesmo que suas ações há muito tenham abandonado esta seara. Como o Governo Municipal é petista até a medula atualmente, tenho que admitir que é daí que surgiu mais um factóide: a ação judicial que nasce morta no ambiente jurídico, mas permanece muito viva no ambiente de informação e de mídia.

Todos os "companheiros" (anônimos crápulas, claro, porque os dignos não fizeram isso) que entulharam a minha caixa de e-mail com vitupérios irão fazê-lo novamente: devo lembrar que as redações dos jornais tocaram no assunto de agora não por ingerência externa, mas por interesse exclusivo delas. É assim que funciona, lembram?

E quase todos os dias a Câmara Municipal observa para onde irá seu futuro, enquanto ficar de quatro com a cabeça para baixo. Enquanto estiver com os olhos voltados para a terra, outra parte importante de seu corpo estará mesmo apontando para o Céu.

Um escândalo por semana. Faltam longas 69 semanas para o suplício acabar. Ainda bem que o Monlevadense é, antes de tudo, um forte.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Eu pago, eu cobro serviço

Pronto, esta é a resposta definitiva para os trolls que me ainda importunam com a frase: "Ô, seu débil, que ideia idiota foi aquela de levar banana pra Câmara? Ficou sozinho lá, mané, e vai ficar queimado na cidade."

Gente, ponham na cabeça de uma vez por todas. Protestei contra a onda de carneirismo do Legislativo, enquanto Poder Institucional. Está claro que o Legislativo é formado por pessoas, a maioria a quem tenho todo o respeito do mundo, e algumas cicatrizes ficam mesmo. Somos feitos de carne e osso. Mas a função do Legislativo é representar interesses coletivos, não individuais nem governamentais.

Não protestar é que nos faz bestas quadradas. Não quero ofender, porque não faz o meu estilo. Mas estou com o saco cheio de trabalhar 140 dias do ano para pagar impostos e, mais tarde, não poder nem cobrar um trabalho mais cuidadoso de quem eu pago.

Para os que querem abrir a carteira e não cobrar serviço de qualidade mais tarde, azar deles. Eu vou cobrar cada centavo que pago porque isso é meu direito irreversível. E ponto final.

Mais tarde, quando o município perder dinheiro com a venda de áreas públicas sem consulta ao povo, quando perder tempo esperando as coisas que foram prometidas levianamente, quando entrar em desespero porque toda gestão incompetente deixa contas muito altas para nós pagarmos, eu não vou rir de ninguém. Vou é chorar junto e aprender com meus erros, para não fazer tudo errado de novo.

Aprendam também. E comecem a cobrar agora enquanto ainda é tempo. A cada dia de loucura a conta fica mais alta para quitar no futuro.

sábado, 27 de agosto de 2011

Agora só esperando uns três meses


Esta foi uma das minhas muitas experiências com elogios à Administração Municipal (clique no link para ler). Estou escaldado. A partir de agora, só esperando uns três meses para ver se alguma coisa funciona antes de elogiar. Que os colegas entusiasmados me perdoem, mas a decisão é justificada pela História.

Já nem me lembro mais quando foi feita por mim a última sugestão ou apresentação de uma ideia. Os leitores sabem quanto tempo perdi, nessa empreitada inútil. O núcleo duro deste governo é avesso a qualquer projeto, qualquer sugestão, qualquer ideia, qualquer olhar que não seja, hmmm, umbilical (marca registrada do Fernando Garcia).

O que resta é apontar as incoerências. São muitas, portanto há espaço para todos os que ainda tem algum sangue nas veias.