Há uma discussão em andamento no Brasil que dará um tiro no pescoço das Prefeituras Municipais. Trata-se do repasse do sistema de iluminação pública para a manutenção por parte delas. Esta manobra, que só teria vez no mais atrasado dos mundos, vai caminhando quase sem alarde por aí.
Desanimei de pensar o Brasil como um lugar honesto para se viver. Quer dizer então que o setor elétrico, dominado por companhias já multimilionárias, quer repassar o setor que gera gasto para as Prefeituras? A manutenção da rede de iluminação pública é o único fator de risco e de responsabilidade social deste negócio.
Transferir este encargo para o combalido cofre das Prefeituras Municipais é um deboche sem tamanho, uma canalhice sem igual na história do país. Entretanto, poucos são os Prefeitos que estão se movimentando para impedir esta ideia horrenda de sair do papel.
Um exemplo de que me lembre é dado pelo José Maria, de Dom Silvério, que inclusive organizou um encontro com a CEMIG, há pouco tempo, para esclarecer esta questão melhor. Tomara que outros tomem a mesma atitude, porque depois que o gasto surgir no horizonte não vai adiantar nada apelar para o esperneio.
De forma bizarra, as Prefeituras poderão "contratar" as concessionárias de energia elétrica para efetuar os serviços de reparo, pagando por eles é claro. Se alguém aí não entendeu direito, eu explico: como o serviço de manutenção e reparos da rede pública á caríssimo e especializado, nenhuma Prefeitura tem o quadro de profissionais minimamente capacitado para executá-lo. Ficará assim: o gasto, que hoje é suportado pelas concessionárias, será transferido para as prefeituras.
Elas, que não possuem capacitação técnica, terão que contratar uma empresa. E Adivinhem quais empresas serão contratadas? Isso mesmo, as concessionárias de energia. Boniiiiito, Brasil... O que hoje é gasto para as empresas amanhã será fonte de renda. E quem pagará mais, no final das contas? Isso mesmo, nós, os otários que contribuem e são tarifados até a alma.
Vamos ver se aparecem homens de verdade nessa hora, nos cargos públicos, para nos defender dessa bandalheira. Agora peço licença a vocês, vou ali vomitar um pouco.