terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Discordo, mas respeito

Hoje o jornal A Notícia publicou um direito de resposta determinado pela Justiça local. Discordo, mas respeito a decisão do Judiciário. Para os que possuem boa memória, é a mesma discordância que tive quando o Judiciário local condenou Gustavo Prandini por captação irregular de recursos de campanha, uma situação que ainda hoje se arrasta por alguma gaveta lá em Brasília.

A Democracia é justamente o respeito às diferenças. O que espanta no Brasil é a disparidade de tratamentos que o Estado possui. Qualquer governo pode quase tudo, mesmo quando a legislação é clara. Por exemplo, a Lei Orgânica de João Monlevade proíbe o nepotismo e a irmã do Prefeito exerce cargo de confiança há tanto tempo quanto ele. Coisas de Brasil...

Discordo, mas respeito a decisão do Judiciário, porque meu senso de Democracia não é movido a decorar palavras lidas em qualquer pedaço de papel. Meu senso de Democracia foi forjado numa luta insana para ser humano, num mundo em que tantos se contentam em ser apenas gente.

E fica mais um registro de trapalhada: o Direito de Resposta requentou um assunto que há muito estava congelado, de tão frio: o fato de que enquanto os professores lutavam bravamente por sua dignidade salarial mínima (prevista em Lei) o Prefeito Municipal (e não o cidadão, porque a vida pessoal deste não interessa a ninguém) curtia férias na Europa.

Vida pública, quando assumida com compromisso e zelo, transforma o cidadão em um servidor da sociedade inteira. Portanto, coisas muito naturais como viajar para onde se quer e quando se quer, são sublimadas na enorme responsabilidade de interferir com a vida pessoal de milhares. Mas há gente que não consegue entender este fato.

Ainda bem que acaba ali por Dezembro. Com respeito e com toda a minha discordância.


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