Para este terceiro ponto vou admitir que preciso de alguma ajuda dos mais capazes, minha formação profissional é voltada para a pesquisa e uso do automotor.
No entanto, digo que o principal foco a ser abordado é a reengenharia humana, porque se não aprendermos a utilizar o automóvel de forma consciente, de nada adiantará saber usá-lo. Utilizar é usar com conhecimento de causa.
Nossas calçadas desestimulam o pedestre a caminhar. A engenharia civil das esquinas é pensada para os veículos. As principais instituições que atraem público de longo tempo - bancos, cartórios, correio, supermercados - concentram-se no entorno das duas únicas artérias principais de trânsito. Não há ciclovias, nem estacionamentos regulamentados para motocicletas (alguns motociclistas conseguem a façanha de ocupar a vaga de um veículo com uma moto). Churrasquinho, água de coco, ervas medicinais, traquitanas de plástico e couro e outras bizarrices ocupam a faixa de estacionamento (?) de veículos, inclusive no infernal sábado pela manhã. É trabalho para vontade e seriedade, aliada a longo tempo de investimentos, sejam intelectuais ou físicos e, principalmente, financeiros.
Flexibilizar o horário de funcionamento comercial, por exemplo, poderia exterminar o excesso de gente que só consegue ir ao comércio aos sábados. Mas tem que ser discutido com os empresários do setor.
Conceder incentivo fiscal aos estacionamentos privados drenaria um pouco da demanda estática. Mas teria que ser discutido com o Poder Legislativo e a população, porque envolveria igualar a tarifa do Estacionamento Rotativo. Posteriormente explicarei porque o Rotativo é uma bomba que a Prefeitura desconhece ter em mãos, aparentemente.
Intensificar os mecanismos de fiscalização seria outra medida, esta impopular, mas que já passou da hora de ser feita. Chegamos onde chegamos porque, no Brasil,popularidade em alta costuma ser reflexo de responsabilidade política baixa. Tudo que se diz "social" no Brasil parece não dizer respeito à sociedade como um todo, mas apenas aos desvalidos. Como se os demais não entrassem com o bolso para bancar a farra...
Aceito sugestões várias para enriquecer estas ideias iniciais. Outra coisa que nos tem faltado é o incentivo ao pensamento plural, o que nos leva a ter muitos gênios mostrando soluções, sem que haja um único movimento de efetiva implantação das mesmas. Gênio que é gênio não trabalha, só pensa.
Um abraço a todos. Espero ter contribuído e estou pronto para trabalhar em conjunto com todos os que quiserem, efetivamente, trabalhar e evoluir nosso trânsito.
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