sexta-feira, 3 de julho de 2009

De novo a imprensa

Desta vez para um puxão de orelhas didático. Vamos cuidar com carinho da revisão de textos, por favor. É extremamente desconfortável observar que um jornal impresso, com o qual acabamos tendo uma relação de intimidade e cumplicidade, fala uma língua que chega a ser desconhecida.

Sabemos que a linguagem jornalística deve ser claramente entendida por todas as faixas de público. Isto é óbvio. Mas não é necessário massacrar a língua portuguesa para atingir este objetivo de comunicação. Muito pelo contrário, o apuro técnico para com nossa língua atrai os leitores através da premissa de que, se o jornalista domina o básico do português, provavelmente domina o básico de sua deontologia profissional.

Existem axiomas que resistem a qualquer teoria anárquica. Um deles diz respeito ao zelo com que se faz algo, ao carinho com que uma obra é tratada até sua apresentação final ao público. Se o resultado final é de desmazelo, não há como acreditar que o profissional envolvido em seu acabamento seja zeloso ou eficiente.

A linguagem não é uma amarra. Pode ser simples, pode ser complexa, pode ser ampla ou elitista. Questões de estilo permitem que a mesma seja irônica, sarcástica, até destrutiva e iconoclasta. Mas tem que ser, o tempo todo, apropriada e cabível, de acordo com o que se pretende comunicar. Sem estes dois pilares, ela se torna um apêndice. Todo mundo conhece, mas ninguém sabe para que serve. Até estourar, pelo menos.

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