terça-feira, 15 de setembro de 2009

Corte de Pessoal na Prefeitura

Somente agora, passado o espanto inicial com a notícia, atrevo-me a comentar. Todo analista sério, para emitir sua opinião sobre um assunto, deve se permitir um tempo de reflexão. O contrário é opinar sobre o próprio interesse, o que já desmerece a qualidade da opinião formada.

Friamente, a medida tem custo político alto. É antipática. Demonstra que houve uma falha, um erro, uma análise primária insuficiente quando da criação do problema que resultou em corte de pessoal.

Friamente, não há como considerar que esta falha, que não era inevitável, pelo menos era imprevisível. pelo menos até os primeiros alertas dados, por políticos experientes e analistas de boa credibilidade.

A Prefeitura foi alertada sobre alguns aspectos desta mini-crise, com antecedência. Se não tomou atitudes enérgicas antes, foi por contingência de acreditar que a crise financeira poderia chegar ao fim mais cedo. Não chegou.

Isto não valida o argumento cretino de que demissões, caso ocorressem em Março ou Abril, seriam menos dolorosas que ocorrendo agora. Não seriam.

Também não valida o argumento mais cretino ainda de que contratou-se além do necessário. Pelo contrário, a prestação de serviços continuados só pôde se desenvolver a contento, devido às contratações. Ou isso ou os oposicionistas de plantão assumam que criticavam por criticar, já que não elogiaram os cortes de agora.

Nada do que eu diga irá amenizar o sofrimento dos desligados. Se há algo a ser dito, é: tudo que é inevitável acontece, cedo ou tarde. Humildade é reconhecer que o tempo é nosso aliado ou inimigo, de acordo somente com nossa própria atitude.

Também não vou me arvorar em "defensor dos injustiçados". Como não vou oferecer emprego a nenhum deles, porque não posso, tenho que acreditar na boa fé da Prefeitura de que a solução amarga era a última e a única restante.

Aos detratores deixo a tarefa de empregar a todos, ou manter a boca fechada se for para destilar o veneno da estupidez. Adianto-me um pouco mais: não abram a boca para dizer como teriam feito, apresentem um plano efetivo para realocar a todos mantendo o equilíbrio fiscal. Isto os redimirá como opositores dignos de alguma seriedade.

Ao prefeito, um pedido: acredite mais em si mesmo e faça de acordo com sua vontade e sabedoria próprias, analisando os conselhos com calma. Nem sempre são bons, embora sejam sempre produtos que advém de conselheiros. E estes não são mais inteligentes e capacitados que o senhor mesmo. Caso contrário, estariam sentados em sua cadeira.

E que cada erro seja vivenciado como trampolim para os acertos futuros. O resto virá naturalmente.

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