quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Radiografia

Este blog trata de assuntos tão díspares quanto as relações humanas, caças supersônicos multimissão e inteligência gerencial. Tem tudo, obviamente, para dar errado.

Entretanto, os abnegados persistem em percorrer as longas páginas com uma frequência que não deixa de me encantar. Menos pelo afago no meu ego, e muito mais porque a forma de abordagem também é difícil de acompanhar.

Eu tenho um orgulho genuíno de ser monlevadense. Não que os outros cidadãos brasileiros deixem de ter orgulho sobre sua própria naturalidade, é claro. Mas porque meu DNA traz imagens, emoções e experiências que só João Monlevade poderia emprestar a ele.

Daí minha relação de amor e alma com esta terra, de onde me afastei por longos e intermitentes 14 anos, e de onde, se tudo correr bem, não me afastarei mais. Pelo menos não enquanto estiver vivo.

Daí minha relação pouco afetuosa com o pensamento insano e medíocre, que teima em nos manter no atraso. Somos uma cidade curupira, que acredita avançar, quando os pés estão virados para o lado errado.

Daí minha indignação quando os monlevadenses relaxam, ao não colocar à disposição da cidade os seus talentos próprios. Claro que estes talentos devem ser aplicados em suas vidas pessoais primeiro. Mas por que não dedicar à cidade, após o equilíbrio da vida pessoal, toda a bagagem que uma vida inteira nos trouxe?

Esbravejar em blogs, em jornais, em conversas de botequim e no plenário da Câmara ajudam Monlevade a ficar exatamente como está. E não está tão bem como poderia. Passar a trabalhar um pouco mais pela cidade faria-nos um bem enorme.

Mal comparando, qualquer cidade de 75000 habitantes no interior de São Paulo, sem indústria de porte e serviços de qualidade, como nós temos, dá um show em matéria de qualidade de vida sobre nós. Algo está, fundamentalmente, equivocado em nosso rumo.

E as idéias, o primeiro capital que importa para um município, não estão circulando em nossa Monlevade. Uma pena e um desperdício. Talvez seja hora de uma Usina de Idéias ser implantada por aqui. Sem ela, os outros empreendimentos ficam na promessa do eterno potencial, na eterna "Cidade do Futuro", onde com certeza eu não quero que meus filhos tenham que sobreviver.

Monlevade 100% agora. Antes que mais uma geração tenha que esbravejar em blogs, jornais, Câmara, botequins ou outro meio de comunicação que venha a ser criado.

Agenda oculta? Não. É descarada e a favor de que, uma geração depois, esta cidade esteja no rumo certo, na velocidade adequada e na mão própria da História.

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