terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A ETE e o gás


Um dos subprodutos esperados da primeira ETE a ser implantada na cidade é o gás (CH4 ou metano, para os leigos como eu). Pesquisando (sim, eu cumpro esta etapa obrigatória), descobri que o uso deste gás é vasto e rentável.

Descobri também, horrorizado, que há instituições públicas no país que queimam, pura e simplesmente, o produto. Você não entendeu mal, queima-se para coisa alguma, exceto talvez contribuir para aumentar a poluição.

Desde já, sugestão. Ainda há tempo mais que suficiente para elaborar projetos paralelos, visando ao aproveitamento desta fonte de energia barata.

Minha primeira idéia: chuveiros públicos com água quente no entorno da ETE. (Thiago, água comum, tratada e clorada e fluoretada, ok? Não queremos que você confunda, novamente, esgoto com água de consumo do povo monlevadense!)

Vindo de uma infância difícil, sei como estes chuveiros seriam um alívio para as finanças de muitas famílias, através da redução de suas tarifas de energia elétrica. Menos nas contas a pagar, mais nas compras de alimentos e etc...

Uma caldeira a gás aqueceria a água. Parece-me um custo pequeno a se promover, para benefício concreto e de longo prazo para se obter. Um vestiário completaria o pacote.

Depois, a frota de veículos. Imaginem o reforço formidável para os cofres da Prefeitura, se esta pudesse abastecer a frota própria com gás. A legislação impede que uma Prefeitura abasteça veículos privados, mas são muitos meses para tentar uma autorização neste sentido. Menos dependência de petróleo, menos poluição pesada, menos gastos para os cofres públicos... Combustíveis um pouco mais baratos nos postos...

Um gerador a gás poderia fornecer energia elétrica a moradores de baixa renda no entorno. Um forno a gás poderia compor uma olaria comunitária - fonte de renda e, portanto, cidadania - para incrementar a construção e reforma de moradias populares.

Uma fonte de energia tão abundante e barata quase não possui limites para aplicação prática. Faltam projetos qualificados, apenas. Criando-se a vontade firme de fazer, é questão de tempo para que a região se beneficie a ponto de não mais reconhecermos a Monlevade sem cérebro, em que vivemos por longos anos.

Agenda Oculta? Briguinha política é fácil, até eu faço. Pensar e ajudar realmente a cidade é que parece ser um desafio muito grande, para nossa pequeneza de caráter.

Um comentário:

Marcelinho disse...

Caro Amigo Célio,
excelente este seu post. Informo-lhe que os BIODIGESTORES (é um reator químico, onde existem reações químicas feitas por bactérias, principalmete, que digerem matéria orgânica (lixo, por exemplo), e produzem um biogás (principalmente o METANO) são utilizados desde há muito tempo na China e em alguns países asiáticos (Índia - Bombain - Berço dos Biodigestores). É um instrumento de inclusão social, pois, o mesmo pode ser construido por qualquer pessoa (dentro de padrões técnicos e de segurança), de qualquer classe social, e que diminui o impacto ambiental da poluição (como as fezes dos animais, p.e.). É uma fonte alternativa de energia limpa e sustentável, após a implantação, de custo praticamente ZERO na geração de energia.
Parabéns, e vamos disseminar este conhecimento que você tem e produz.
Grande Abraço.