sexta-feira, 5 de março de 2010

Velho Guima 1 x 0 Sô Zé Rate


Ele falou. E era um modo apenas de acariciá-la com as palavras. Ela sorriu, sorriuzinho. Estava com o penhoar, por cima da camisinha de rendas, vaporosa, de leite alva. Sabia-se bela. Gostaria de estar entre transparências de uma gaze. "pobre iô Liodoro" pensou "ele precisa de um pouco de beleza..."

Numa criatura humana, quase sempre há tão pouca coisa. Tanto se desperdiçam, incompletos, bulhentos, na vãidade de viver.

Falou o velho Guimarães Rosa. Só um pedacinho, retirado do livro "Noites do sertão". Não tenho autoridade moral e cultural para dizer que é um velho Guima menor, mas é. Comparado com ele mesmo, é claro. E mesmo um velho Guima menor tem mais tutano do que eu teria em quatro vidas, se pudesse viver quatro vezes. Sô Zé Rate vai ter que suar muito a camisa...


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