segunda-feira, 26 de abril de 2010

Cada moita tem seu dono


Se estiver em via pública, ela "pertence" ao Poder Público, para o bem e para o mal. Isso não se discute, sob pena de cair no ridículo. Em TODOS os demais casos, o Poder Público não pode ser responsabilizado. Pouco importa que responda pelo nome de Prandini, Moreira, Ribeiro, Silva, Inácio ou Caxanga.

A animalização da disputa nos diz com quem estamos lidando. Agora o mote é culpar a Prefeitura de João Monlevade pelos focos de dengue. Ao invés de responsabilizar também os animais de cangalha que deixam suas propriedades privadas, que dizem respeito unicamente a patrimônio pessoal, virar criadouros de mosquito da dengue.

Então a conversa deverá ficar restrita aos animais, mesmo. Minha rua não tem um único caso de dengue, embora o Bairro tenha tido alguns focos identificados. Mas a minha casa e a casa dos meus vizinhos vem sendo elogiadas pelos agentes de controle que nos visitam.

Sabem por que? Porque cuidamos do nosso patrimônio pessoal e porque não entupimos de lixo e porcaria o patrimônio público. Simples e direto.

Há agentes da oposição política, criaturas da pior estirpe, que querem alastrar a seguinte ideia: suje mesmo, emporcalhe mesmo, você paga impostos para que a Prefeitura limpe. Você paga impostos para que a Prefeitura mantenha seu patrimônio valorizado e valorizando-se. Você paga impostos não para que o Poder Público redistribua renda, mas para que mantenha seu interesse privado em alta.

Há gente afirmando que a Prefeitura de João Monlevade, deliberadamente, está colocando monlevadenses sob risco de morrer. Não vou comentar nada. É descer demais na minha escala de humanidade.

Se, e somente se, a Prefeitura de João Monlevade começar a cobrar por limpeza em lotes privados e residências particulares, se multar até à medula os porcalhões de plantão, se fiscalizar com rigor e método, imagino o que certo tipo de gente irá divulgar a respeito.

Estou com um nojo, com um asco, com uma vergonha que não cabe em mim. Gente que jamais, em tempo algum, moveu um palito de fósforo para erguer algo construtivo e útil, está ditando a "moda" anti-Poder Público em João Monlevade.

Se a tática der certo, veremos os frutos que a cidade irá colher num futuro breve. Para colocar em xeque um governo que disputou democraticamente, que venceu dignamente e que tenta fazer seu trabalho da melhor forma que lhe é possível, quanta ignorância tem sido posta em ação.

Para desacreditar uma centena, os outros milhares que se virem e esperem, até o "terreiro" voltar a ser ocupado pelas galinhas velhas. Ou por pintinhos atrevidos, que não colocaram a espora para trabalhar na hora da rinha, mas agora...

Estou calado não é por omissão. É por falta de paciência, como eu já disse muitas vezes, para lutar a guerrilha de algodão doce. Não nasci para isso. Me deixem fora.

Se houver guerra justa a travar, sobrarão dois ou três homens de caráter no campo devastado. Ainda assim será um campo devastado, e a população inocente é quem vai pagar o pato. Na minha humilde opinião, passou muito da hora é de filtrar os combatentes e mandar os mercenários de qualquer cor e credo para a vala comum do esquecimento, que é o que merecem.

No mais, que vocês leitores busquem sempre outra opinião. Minha verdade diz respeito à mim, e tenho vergonha na cara para dizer que não sou dono dela. Mudará de cara assim que aportar em outro porto.

E peço que não deixem de lutar por uma cidade que evolua. Gente bem intencionada também há, de qualquer cor e credo. Precisamos aprender a valorizar mais pelas atitudes e menos pelas palavras.



Um comentário:

Marcelinho disse...

Caro Amigo Célio,
enquanto não houver PUNIÇÃO, mas que doa o bolso do contribuinte que mantém um criador do mosquito da dengue e demais porcarias em suas casa e/ou em lotes de sua propriedade, haverá uma maneira de empurrar para o poder público a responsabilidade de um fracasso no combate a alguma coisa que se torna endêmica, que é do, digamos e parafraseando-te, porcalhão!
Vamos à multa. Já!
Verá como a situação muda.
Abraços.