segunda-feira, 26 de abril de 2010

Filhos e respostas


Ter filhos e não ter respostas para algumas de suas perguntas. Este é um dos dramas reais que nós, pobres brasileiros, vivemos todos os dias de nossa vida. Neste exato momento, em que Bianca está lendo na revista Veja uma matéria sobre o "monstro de Goiás", eu estou me lembrando de que a humanidade não deu certo.

Como explicar para ela que um criminoso, no Brasil, se arrepende de seus crimes e pode se comportar "direitinho" na prisão, para voltar a ser livre como um passarinho mais cedo do que havia sido condenado a ficar preso?

Como explicar para ela que ficar preso não é pagar pelo crime, porque alguns atos não podem ser quitados? Dizendo, talvez, que a ideia seja evitar a ocorrência de outros crimes praticados pela mesma "pessoa", pelo menos enquanto estiver no xadrez? Mas não é esta a ideia principal de nosso convívio social, já que existe a redução de pena para os bonzinhos de cadeia. Eles nunca são bonzinhos antes de entrar lá...

Hmmm, como explicar que não há cadeias suficientes, e que realmente não acredito em brutalizar ainda mais estes brutos, amontoando-os como bestas em espaços apertados, sujos, infectados e insalubres?

Como dizer, sem parecer um imbecil, que tratá-los de forma bandida significa se igualar a eles mesmos, e assim perder o direito de se revoltar contra seus atos bestiais?

Como responder a ela que os crimes de Estado são tão deploráveis quanto os crimes do cidadão, mas são tratados de forma diferente, porque quem julga o Estado é o Estado?

Ter filhos e não ter respostas para algumas de suas perguntas. Ou não se tem os filhos, ou se luta o tempo inteiro para que nosso país, algum dia, venha a nos fornecer respostas convincentes para aquelas perguntas. De preferência, respostas corretas e justas.

Se algum de vocês puder me ajudar, agradeço muito.

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