sexta-feira, 23 de abril de 2010

Liberdade é conceito abstrato - (Republicação)


Não é um produto acabado, dos que se pode adquirir na prateleira de um supermercado. Sendo uma abstração, uma ideia do que poderia ser a partir da realidade que se vê, não pode deixar de representar um sonho, um objetivo em nossas vidas. Nos faz querer avançar e evoluir, portanto é fundamental no nosso viver.


Mas é também uma responsabilidade tão inalienável de nós mesmos, quanto nossa cidadania. Livre, em inícios do século XXI, ainda é o homem que respeita alguns limites individuais para que a liberdade coletiva prevaleça. Este é um dos fundamentos do Contrato Social, tão divulgado e tão pouco conhecido.


Em um salto de pirotecnia para meu intelecto mediano, tratarei de lembrar que a liberdade de imprensa deve se pautar pelo mesmo diapasão. A realidade é que não há imprensa livre. Existe liberdade de imprensa, que é conceito. Imprensa livre é objetivo e sonho. Exemplo: João Monlevade não possui base de leitores nem estamento econômico capaz de sustentar um único periódico financeiramente, sem depender de verbas públicas. Os gastos são imensos e fixos. O retorno financeiro, pequeno e instável.


Então, não há liberdade real de imprensa no Brasil. O modelo que a justificaria está viciado e precisa de reformas urgentes. Porque do jeito que está, o que temos é um arremedo de liberdade de imprensa. No fim das contas, resulta num arremedo de nação democrática.


Daí que a imprensa nas pequenas e médias cidades depende de anúncios públicos, pagos, para se manter. Nada contra, até porque se os anúncios públicos mantém a imprensa funcionando, ajudam a sustentar um dos pilares da democracia tradicional. E existe o fato atípico de que a grande mídia também se utiliza dos mesmos, até sem precisar, do ponto de vista financeiro.


A perda, o limite da liberdade, vem como consequência inevitável desta equação. Perde-se a genuína análise fria dos fatos, contaminada pelo receio de que minguem as verbas oficiais na contabilidade das empresas de comunicação.


Até porque não pode haver hipocrisia nesta questão. Quem contrata um pedreiro, por exemplo, não remunera o profissional para ajudar a destruir alguma coisa. Pelo contrário: busca-se a construção do que se deseja fazer acontecer.


O leitor mediano, que acredita em tudo que observa estampado sem se questionar, não possui escolha viável. Talvez possa se preparar melhor não lendo um jornal único, não assistindo a um canal único, não ouvindo uma rádio única, não acompanhando uma fonte única.


O leitor consciente está migrando para a Internet. Na maioria esmagadora dos casos, um espaço de análise dos fatos que esteja comprometido financeiramente se denuncia pelos anúncios e "patrocínios". Na ausência deles, é muito provável que o articulista responsável seja frio na análise que faça, ainda que partidário de alguma causa ou grupo. Basta não acompanhar uma fonte única.


Um bom índice de seriedade são os links. Observe se apontam também para os mentores de ideias contrárias às do autor. Este é um indicador importante de confiabilidade. Se apontarem somente para o mesmo nível ideário, fuja. Você estará à mercê de um tirano "democrático", e provavelmente só terá a perder com isso.


Um grande abraço, e recomendo que você percorra a minha lista de links para conhecer ideias contrarias às minhas. Fará bem ao seu intelecto filtrar a seriedade do conjunto de informações obtidas.


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