quinta-feira, 13 de maio de 2010

A expansão da ArcelorMittal e a Segurança Pública


Os indicadores sociais de Segurança Pública tendem ao declínio quando ocorre aumento inesperado de uma população qualquer. Este fato é mundial e João Monlevade não seria a exceção. O que faria nossa exceção é que houvesse um planejamento antecipado, para contingenciar o aumento da violência urbana, que costuma acompanhar o incremento súbito de uma população.

Não tenho esperanças de que possamos dar o exemplo. Nossas lideranças tendem a condenar o tema da Segurança Pública a um papel menos que secundário. Exemplos não faltam: a sede de Delegacia Regional de Polícia Civil é um pulgueiro onde os servidores lutam para manter alguma dignidade, em meio à sujeira e aos quase escombros; a sede de Polícia Militar é itinerante e será implantada em propriedade privada ( e o descontrole ético desta medida é desnecessário comentar) e ainda temos um contigente abaixo do mínimo para atender à população do município com o mínimo de qualidade.

Em relação á Polícia Técnica, um descalabro: apenas cinco profissionais compõem a equipe que deve atender à quatro delegacias independentes em João Monlevade, mais as Delegacias de Bela Vista de Minas, Nova Era, São Domingos do Prata, São José do Goiabal, Dionísio, Rio Piracicaba, Alvinópolis, Dom Silvério e...ufa! Sem Peixe também. Quase 170.000 pessoas. E com as distâncias a ser percorridas entre estas cidades, o trabalho fica muito difícil de manter em ordem e funcionando como a população mereceria.

Onde foi que perdemos a trilha, no passado remoto ou recente? A proximidade de que o município receba mais aporte de moradores (mesmo que temporários) pode nos causar um espanto ainda maior que o passado pela cidade de Barão de Cocais, há pouco tempo.

Porque o impacto da violência urbana, quando cresce, dificilmente retorna a seus patamares originários. Mesmo quando isso ocorre, o preço social a se pagar é alto demais.

Sinceramente gostaria de ver uma movimentação articulada, séria e proativa, por parte dos setores competentes, no sentido de se evitar um problema deste calibre para João Monlevade. Não se poderá responsabilizar a siderúrgica de forma inconsequente, neste caso.

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