No início do século XX, ficou famosa uma máxima dita pelo inventor da linha de produção em massa: "O cliente pode escolher qualquer cor para o Ford T, desde que seja preta."
No início do século XXI, o cliente pode escolher qualquer cor para seu carro, desde que seja prata ou preta. Ou seja, em cem anos, somou-se uma cor à máxima estabelecida por Henry Ford. Pelo menos no Brasil, a diversificação de personalidade não se reflete nos veículos que possuímos. Somos quase todos ou prata ou preto.
Há quem defenda a tese de que o carro é só mais uma ferramenta, e não se comunica com a personalidade humana. Discordo. A vida real mostra algo bem diferente: um mundo em que o automóvel deixou de ser reles ferramenta e passou a ser um ícone e um semideus.
E, ironicamente, este ícone tem dois tons predominantes. Só dois. Como a polarização nos agrada, não é mesmo? O maniqueísmo é humano, tanto como o polegar opositor.
Pena que Henry Ford tenha sido tão gênio. Eu gostaria de ver um mundo de personalidades diferenciadas, em outros matizes. Tomara que esteja acontecendo sob a linha d´água.
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