quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Se correr o bicho pega, se ficar...

Os leitores sabem que há tempos não faço mais análise de cenário político. Os motivos vou guardar comigo, por enquanto. Mas um leitor em especial solicitou-me a análise da votação da Câmara Municipal ontem, ao veto do Prefeito Gustavo Prandini no projeto de custeio de transporte dos portadores de necessidades específicas.

Este leitor pediu - e será atendido - no quesito do sigilo de seu nome. Penso ser uma questão de justiça manter o compromisso com os acompanhantes do Blog.

Na sequência, a minha análise é muito crua. Gustavo Prandini está enfrentando o pior pesadelo que qualquer homem público deste mundo pode encarar: virou presa. Os animais carnívoros estão se aproximando e vão iniciar o banquete ali por volta de Setembro ou Outubro, quando irá começar a campanha para as eleições 2012. Quem acredita no prazo legal é muito ingênuo para eu cuidar de comentar alguma coisa. Aliás, em muitos aspectos, a campanha já está nas ruas há um bom tempo.

Quando falo em animais carnívoros da política, não me refiro pejorativamente a ninguém. Apenas lembro uma postagem aqui mesmo do Drops que dizia o quanto este campo está cercado de predadores, eu mesmo incluso na patuléia.

Não sou tão idiota a ponto de renegar um histórico de admiração pela pessoa do Gustavo Henrique, está aí no Blog para quem quiser consultar. Também está aí no Blog a afirmação de que não sou amigo do Prefeito, nem quero e muito menos preciso disso para viver. Análise fria é análise, no maior das vezes, honesta e franca.

E na análise fria, este governo está em fase crítica. Digo isso com uma tristeza muito grande e uma sensação de perda para toda a cidade. Gente, muita calma nessa hora, ok? A Administração Municipal está fazendo o seu papel de forma coerente e correta, dentro de seus limites. Mas a atitude de um governo é seu rumo político. E não há um no horizonte, visível a meus olhos ruins. Tomara que sejam apenas os meus olhos os responsáveis pela má qualidade da imagem.

Não vou entrar em qualquer detalhe, excetuando-se talvez o da impaciência da busca pelo sucesso em velocidade acelerada. Quando o anteprojeto original elaborado por José Arcênio Magalhães aportou no Executivo, o bom senso e a então crise financeira deveriam ter balizado o que seria mais sensato para o momento: agradecer a colaboração, explicar que era inviável e aguardar um tempo de bonança financeira e caixa estável para desengavetá-lo.

Como retornou à Câmara rapidamente, na forma de Projeto de Lei, depreende-se que isso ocorreu face a um planejamento estratégico eficiente, ou imagina-se esta condição. No caminho até ontem, mudaram-se variáveis demais. Um governo é tão sólido quanto suas variáveis são constantes; se mudam demais as variáveis políticas, muda-se a ideia de solidez que o mesmo governo possui.

Dentre muitas outras armadilhas, o cavalo de Tróia que Zezinho Despachante despachou para o Gabinete cumpriu o seu papel. Não sou consultor político de Gustavo Prandini nem de ninguém, por isso aceito qualquer crítica justa contra minha análise.

O que solicito de vocês todos, a partir de agora, é o respeito à opinião e à livre expressão. Sou uma pulga no sistema, não tenho dono nem senhor, procuro dialogar muito e aprender o que puder o mais que puder. Ofereço respeito e diálogo a quem o procurar, não agrido pessoas (ainda que ataque os papéis, o que fiz sempre e sempre farei quando necessário) e recolho-me novamente ao paralelo 38 Norte (a Zona Desmilitarizada) assim que as marolas dessa postagem estiverem novamente aplainadas no espelho de água.

Até lá, responderei com toda a serenidade os questionamentos feitos pelos homens que assinam e pelos anônimos que justifiquem bem esta condição. Todos os demais serão solenemente ignorados, como sempre foi feito no Drops.

E continuo torcendo pelo sucesso do Governo e da Administração Municipal, porque torço por João Monlevade acima de qualquer coisa. Como sempre fiz, desde os tempos de criança a adulto, do Jacuí ao Carneirinhos.

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