Sim, eu sei o que é e como funciona

Uma polêmica. Quem não sabe o que se encontra no fim de um rastilho de pólvora? Meu método consiste em esperar alguns dias e, finalmente, ir ao começo do rastilho e jogar minha água. Se algum outro quiser reacender, o mundo é livre.

Uma sessão da Câmara Municipal conta com mais ou menos meia dúzia de gatos pingados da sociedade monlevadense. Raramente passa disso. E esse número vai cair, porque eu estou estudando à noite e já não vou poder comparecer como fazia antes.

Com ou sem crucifixo nas sessões da Câmara, me parece que somente os vereadores, os funcionários da casa, representantes da imprensa e algum dos seis gatos pingados (em média) poderiam ter a legitimidade para questionar a remoção do símbolo religioso. Não é o que se vê pela cidade, onde a impressão que fica é que as centenas de pessoas "indignadas" sejam fiéis fiscalizadoras da atividade parlamentar em nosso Município. É isso mesmo?

Não me lembro de ter visto tantas por lá, em Quarta-Feira alguma. Paciência. Vale o circo, porque legitimidade não vejo na celeuma que está se formando. Assim como não vejo legitimidade em manter, dentro de uma casa que possui todos os defeitos e todas as qualidades de um Poder Público (e humano) uma representação de religiosidade unicista, ainda que majoritária.

Quando vou às Igrejas em João Monlevade, não vejo fotografias do Prefeito ou do Presidente do Legislativo, nem fotos dos Juízes da Comarca colocadas no altar. As coisas não se misturam nas missas. Deveriam se misturar nos outros lugares?

Minha fé reside no que faço, e não no que vejo. Um dos fundamentos da Fé é que seja cega, por ser absoluta. Esta polêmica só serve para tirar o foco das coisas importantes que Monlevade precisar fazer por si mesma.

A Igreja tem funções importantíssimas para exercer. Não acredito que vá perder tempo com algo tão minúsculo e sem sentido. Não acredito que os edis venham a gastar mais tempo com isso, também. Não seria ético para com a população que lhes paga os vencimentos, agora aumentados. São pagos para elaborar, defender e obedecer às Leis, cumprir e fazer cumprir as constituições e a Lei Orgânica Municipal, etc.etc.

Polêmica demais é foco e trabalho efetivo de menos. Vamos olhar para a frente.

P.S - Se a população começar instantaneamente a participar da vida Legislativa do Município, em massa, posso respeitar sua indignação, mesmo não concordando com ela. Caso contrário, todos temos coisas mais importantes para fazer. Inclusive exercitar nossa Fé em qualquer lugar e tempo, mas mantendo os ícones de nossa Fé em seus lugares mais adequados. Que não são os parlamentos do país.