sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um pouco mais de fé...

Fonte: Revista DeFato - Edição 220 - Abril de 2011 - Págs. 66/67 - Entrevista concedida pelo Prefeito Gustavo Prandini

(Sobre a visita a Mauri Torres, visando liberar recursos de convênio)

"Propus essa parceria em prol do município e estou aguardando o retorno dele para que a gente possa trabalhar junto e deixar as disputas se acirrarem naturalmente no período de eleição."

Ai...Ai... Deixa eu ver se entendo e traduzo em linguagem mais simples: "Acho muito normal eu ter batido com força em Mauri e no grupo político dele, assim como acho bastante salutar que minha Assessoria tenha batido até em vida pessoal ligada ao afilhado dele, Guilherme Nasser. 

Também é muito positivo e saudável que o "meu" canal de rádio não dê um minuto de trégua àqueles que só são denominados por "corja" o tempo inteiro! Então, vou lá propor uma parceria produtiva para que o dinheiro venha e salve um pouco da imagem pública que tenho a preservar. 

Depois, quando os tempos de campanha retornarem, descemos de novo a lenha no lombo de qualquer um que não esteja ou bajulando ou ajudando a salvar o barco, que nós mesmos nos propusemos a afundar."

Genial! Agora entendo porque tanta gente foi banida ou encorajada a abandonar este modelo político totalmente novo e revolucionário. Mauri Torres vai correr para ajudar agora, onde falta dinheiro para capina e tapa-buracos mas sobra para trazer imagem de santa e padre superstar. Tudo isso embalado pelo noticiário da Internet que será de graça para o povo, mas tem que ter custado algum caraminguá nos cofres da Prefeitura.

E Mauri Torres não vai deixar para fazer este movimento um pouco mais tarde, quando a seriedade com as contas públicas voltar a fazer parte do cotidiano de João Monlevade. Sei...

Seria um movimento tão brilhante quanto se eu, Célio Lima, que já critiquei Mauri por seus erros estratégicos com acidez e determinação, fosse nomeado como interlocutor para trazer a "parceria" em prol do município à luz.

Resumindo porque esta eu entendi: "bati antes, paro de bater agora porque preciso da sua competência para capitalizar recursos e votos para mim, e volto a descer a madeira depois, quando já não estiver precisando de vocês da "corja" para salvar minha pele, ok?"

Bom, vou reunir toda minha fé restante. Aqui fora do palácio, todos nós vamos precisar muito do exercício da fé que nos resta. Relembrando o que o Prefeito afirmou no Twitter em 27-11-2010, quando citava Carlos Drummond de Andrade, " A confiança é um ato de fé, e esta dispensa raciocínio".

Mas tenho o meu lado prático de ver a vida. Para mim, Carlos Drummond de Andrade disse uma grande besteira quando afirmou isso. Para mim, tudo que dispensa o raciocínio dispensa o único fator que nos dá humanidade e nos diferencia dos hipopótamos, por exemplo. Para mim, longe do raciocínio lúcido o que sobra é, inequivocamente, ignorância. E esta é sempre perigosa.

Mais tarde eu termino minha análise sobre essa entrevista. Preciso ler mais meia dúzia de vezes porque meu raciocínio teima em não me deixar confiante... 

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