Talvez nunca saibamos, enquanto humanidade, quando começou a era da aniquilação do homem pelo próprio homem. Talvez com o ataque bíblico de Caim contra Abel, quem poderá saber?
O fato é que até mortes de civilizações inteiras aconteceram em nosso caminho. Todas elas vergonhosas, não importando os motivos. Porém, algumas foram explicáveis pelas circunstâncias de sermos humanos e, portanto, sermos desprezíveis por nossa própria natureza.
Hoje, a humanidade não possui tantas dúvidas quanto a alguns de seus personagens macabros. Ainda assim temos loucos espalhados por muito mais áreas do que gostaríamos de ver. Osama Bin Laden foi um destes loucos. Não quero fazer parecer que a morte de 3000 pessoas no ataque do World Trade Center foi um fato mais terrível que muitos outros. Atualmente, por exemplo, há genocídios sangrentos acontecendo em muitas partes do planeta.
Mas o que me instiga como pensador não é a morte pelo genocídio. É a alheação de muitos. Em 2001 ouvi centenas de pessoas comemorar os ataques terroristas. Nem vou comentar, é desnecessário. Geralmente as pessoas transferem para aqueles 3000 o ônus de viverem nos Estados Unidos, como se os eventuais crimes do país pudessem ser imputados a alguns poucos cidadãos.
Não aceito a explicação. Seria como eleger alguns brasileiros como culpados por toda nossa monstruosa desigualdade social e engendrar um ataque terrorista contra eles. Eu não quero esta culpa de Estado pesando sobre meus ombros de cidadão. Alguém aí quer?
Não há modelos prontos. Aprenderemos a ser humanidade praticando a humanidade. É o único caminho possível. Quanto a Bin Laden, que possa descansar em paz. Viveu uma vida de guerra e ódio contra si mesmo e contra todos, há muito tempo.
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