Tornar uma sociedade inteira bovina e estúpida é trabalho de séculos. A lógica nos obriga a reconhecer que recuperá-la à condição de sociedade humana é trabalho de décadas. O que nos intriga é verificar que as décadas podem ser solenemente estendidas graças à espertalhice de alguns muitos.
O Brasil é um país inculto e idiotizado. Ainda. Aqueles que receberam os benefícios da educação formal que me desculpem a generalização, mas entendam que falo da maioria que move o mundo. Não da minoria que o direciona, e esta minoria existe também em nosso país. Com propósitos nobres, inclusive.
Os reflexos são devastadores. Até a realidade local é diretamente influenciada, com graves prejuízos para os monlevadenses de bem. Ontem tive a - agora rara - oportunidade de reencontrar o Marcos Martino e refletir sobre o quanto nossa cidade é pouco acolhedora. Seu visual, sua topografia, sua história de fundação, sua ausência de zona rural (com a consequente ausência da hospitalidade acolhedora da cultura rural), tudo conspira para que Monlevade não seja um local que atraia pelo bem estar que provoque em seus visitantes.
Monlevade é nosso cardo. Nossa urtiga. Arde, agride, machuca. Mas é o que temos para cultivar e possui sua beleza brutal. Caberia a nós amenizar suas deficiências estruturais e torná-la mais bela, ainda que cardo ou urtiga. Porque é o que temos para oferecer. E não é o que fazemos, porque somos pouco criativos nessa esfera.
Não vou citar nomes, para não esquecer ninguém. Mas claro que há os monlevadenses que lutam há anos para amenizar a beleza brutal e traduzí-la em algo mais compreensível aos olhos dos outros. É o trabalho digno de transformar a imagem daqui em uma imagem que possa ser compreendida como bela e rústica.
Há muito tempo passou da hora de nosso cardo amenizar suas feições. E só poderemos obter este tipo de sucesso investindo pesado em educação e em civilidade urbana. Porque nós, monlevadenses, não podemos nos resumir à condição de cardos.
Um comentário:
Uma das muitas verdades de João Monlevade -POVO- em geral, é que somos mais egoístas e egocentricos que os demais. Esse olhar o próprio umbigo, é tão arrogante e mesquinho, que turva nossos olhos até mesmo prás boas ações pró-coletividade.
(se bem, que num sabemo bem o que seja lá isso!
Aí, sempre é e será oportuno, ser a voz da razão do contraditório...
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