sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mais da Câmara Municipal

Com ou sem crucifixos, a Câmara Municipal trabalha com o que tem: público desinteressado e omisso, mas com opinião formadíssima sobre o que ela não faz e sobre o tamanho que deveria ter. Muito lindo, se o público tivesse a mínima ideia do que a Câmara produz e sobre o que é a real discussão sobre o tamanho da Câmara.

A produção de audiências públicas, trabalhos e discussões temáticas vai muito bem, obrigado. Mas poucas pessoas se interessam em procurar saber. A produção parlamentar está aquém do ideal, mas isso não vem da Câmara em si mesma. Vem da subserviência exagerada ao executivo, que campeou em Monlevade por um bocado de tempo.

Daí minha reflexão de agora: desligar-se da imagem de um Executivo desgastado é necessário mesmo. Mas é também fácil. A lição que precisa se consolidar é a de desligar-se de um Executivo forte, cuja mão de ferro se abata o tempo inteiro sobre um dos três poderes da Democracia, sem o menor pudor e vergonha.

Esta é a maior discussão sobre o número de vereadores. Sem aumento de despesas, o maior número deles dificulta a tomada de assalto deste Poder, que deveria ser independente de direito e de fato. Sem refletir sobre a maior abrangência de comunidades representadas no Plenário e nos trabalhos-fim que a Câmara Municipal desempenha. Mai comunidades representadas significa que mais segmentos da sociedade serão representados.

Se serão bem ou mal representados, esta discussão cabe ao povo e às urnas. A avaliação cabe ao eleitor, não aos estudiosos do sistema.

No momento em que nos encontramos, recuperar a força do Legislativo é garantir que algumas coisas jamais se repetirão como as vimos antes. Parece um preço social barato demais para ser ignorado.

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