sexta-feira, 17 de junho de 2011

"O Governo sou eu"

Em se tratando da cúpula administrativa municipal, quase tudo é dúvida. Ou dívida. Ou uma mistura mal engendrada das duas coisas. Os analistas sérios da cidade não conseguem explicar o fenômeno da implosão política, que observamos acontecer nos últimos 30 meses. Eu também não consigo, mesmo não sendo um analista sério.

O que posso fazer é tentar clarear o que chamo de dúvida. Ela nada mais é que uma ferramenta de trabalho, voltada para manter agregados (uma vez que esta cúpula administrativa demonstrou incapacidade plena em fazer aliados) sempre sem saber que rumos o barco irá tomar.

A dívida é mais ampla. É dívida financeira, mas o pilar da dúvida mantém seu volume em sigilo de Estado. É dívida ética, porque mantém os agregados e a população inteira sem a devida prestação de contas do que seria um Governo no qual acreditar e para o qual torcer.

No passado, sugeri que era a hora de passar um trator sobre o terreno acidentado em que se sustentava este projeto político. O fato não se consumou. Continuo afirmando que a única solução de resgate da dignidade para as pessoas envolvidas com o projeto político em pauta é a passagem do trator, mas isso não acontecerá.

Sugeri, no passado, que era hora de tomar as rédeas e governar, já que foi esta a intenção manifestada nas urnas. Igualmente não houve esta tomada de decisão enérgica e com objetivos claros.

Para aumentar ambas, dúvida e dívida, toma-se agora as rédeas para demonstrar força. A troca de Assessoria de Governo, ocorrida na Prefeitura Municipal, é matemática de Plutão. Troca-se seis por meia dúzia, tentando sinalizar um novo norte. Para um conjunto de agregados que não tem bússola (leia-se comando efetivo), que diferença fará para a cidade?

Não se pode, em nome da decência, avaliar desempenho de quem mal chegou. Espero que haja uma nova direção a ser seguida, mas não creio que esta realidade irá se instalar em João Monlevade. Porque a tomada de rédeas - para variar - ocorreu de forma equivocada.

O slogan de agora é: "o Governo sou eu". Já era o slogan implícito, há muito tempo. O que se faz agora é afirmar de forma sincera e para a sociedade inteira aquilo que tantos já alertavam: não houve, não há e nem haverá diálogo até que tudo isso acabe.

Nossa situação política atual parece um estupro: já que a humilhação, a dor e a revolta estão acontecendo, o que nos resta é rezar para que tudo acabe depressa.

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