quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Zero Matemático e Filosófico

Pouco antes do almoço de hoje, eu e meus filhos iniciamos um diálogo sobre a importância do zero, tanto para a matemática quanto para a filosofia. Discorremos sobre a origem, os usos, a dualidade de conceitos entre o nada que existe e a impossibilidade de existência do nada, e como lidar com este e com muitos outros paradoxos.

Conseguimos chegar a um consenso: paradoxos existem não para ser desvendados, mas para gerar muitas perguntas sólidas e úteis a partir de si mesmos.

Meus filhos não são ET´s. Sei que eles tem vergonha de demonstrar sua evolução intelectual diante de seus pares, porque isso pega mal. Sei que são vítimas de preconceitos, mas não posso fazer nada. Se eu trabalhasse no Ministério da Educação, editaria um livro com o título "Por uma vida pior", dizendo aos dois que não devem se manifestar de forma culta, para não parecerem palhaços entre a manada.

Mas não preciso fazer isso. Os dois adotaram um padrão de vida que segue o meio-termo: usam freios intelectuais quase que o tempo inteiro, ou teriam que se relacionar somente com adultos. Seriam vítimas de "preconceito adolescente", entre outras aberrações. O custo é eu me espantar com o que os dois devem lidar no cotidiano, já que trazem para o ambiente de casa alguns dos elementos de comunicação e de relacionamentos que vivenciam fora.

Tenho que perdoar e entender aos dois. Mas eu não teria a mínima condição de ser pai de outros filhos, com certeza absoluta. Nem quereria, para ser muito sincero.

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