terça-feira, 5 de julho de 2011

A primeira vez a gente nunca esquece

Nunca imaginei que veria isso acontecendo no Brasil: uma lei federal de qualidade inquestionável, a que estabelece o Piso Nacional de Salários para os profissionais da Educação Básica, foi editada. 

Não foi editada como algumas outras no país, que nascem para não fazer diferença alguma. Foi pensada como um passo, pequeno mas decisivo, para mudar a História do Brasil. Foi pensada como um mecanismo coerente, com fonte de custeio garantida e com um gatilho de segurança para que os gestores se valessem de ajuda do Tesouro Nacional, se preciso fosse, a fim de transformá-la em algo efetivo e funcional.

Mesmo após toda a lenga-lenga que se espera de qualquer legislação dignificante que seja promulgada no Brasil, eu imaginava que após o STF decidir o que é Piso e o que é vencimento (são a mesma coisa) os gestores municipais e estaduais levariam menos de 60 dias para se posicionar.

O que estamos vendo não existe. É surreal e insano. O Brasil quer jogar nas costas dos professores uma conta que é da imbecilidade geral da nação: gostamos de ser atrasados. O Brasil quer ser o maior "roção" do planeta.

TUDO BEM, MAS À CUSTA DE CULPAR OS PROFESSORES NÃO VAI COLAR. PONTO FINAL.

Quem tem condições de pagar imediatamente que pague. Quem não tem condições de pagar já teve tempo mais do que suficiente para provar isso. Que recorra ao Tesouro Nacional e os profissionais da Educação serão finalmente dignificados em pequeno grau. Porque não se está falando de uma revolução no ensino. Está se falando de um pequeno e decisivo passo, em direção contrária à das trevas que sempre estiveram rondando o país neste aspecto.

Chega de governantes que se autoproclamam modernizantes e atuam como senhores feudais da Idade Média. Chega de mentiras, falácias, engodos e pantomimas. Chega de gostar do atraso e da ignorância.

Há pouco tempo, até a maconha teve uma "Marcha" para chamar de sua. Isso só aconteceu porque nunca, na história do país, houve uma Marcha Pela Educação.

Precisamos evoluir para além da Era Medieval. A hora é agora e o lugar é aqui.

Nenhum comentário: