Quem se escandaliza com o trabalho semi-escravo a que os chineses se subordinam, costuma nem parar para pensar que os brasileiros passam quase cinco meses do ano, trabalhando apenas para pagar impostos e regalias em Brasília.
Quem imagina uma sociedade chinesa injusta e brutal, com a política do filho único causando desequilíbrio social profundo, não imagina que no Brasil a política do filho à farta (pode parir que a gente manda Bolsa) também não nos torna melhores que o regime chinês.
Quem arma o maior barraco do mundo no sofá da sala a cada novo episódio lamacento da política rasteira, seja na China ou aqui, já sabe: o pior lugar do mundo para transformar uma sociedade é o topo do sofá da sala. Seja para mudar a China, seja para mudar aqui, seja para entender que a China também é aqui.
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