Vou me antecipar a um possível pronunciamento do Prefeito Municipal, em relação à sua equipe de trabalho que está passando por reformulações no momento.
Ainda no tempo em que este espaço fazia a defesa - inflamada e estéril - de que o governo deveria tomar ações concretas de governo em detrimento de ações concretas de política rasteira, eu já havia alertado sobre o mal da "equipe de um".
Esta característica é inerente ao trabalho coletivo. Apenas um toma para si os louros da vitória, quando os frutos do trabalho são muito bons. Seja na inciativa privada ou seja na esfera pública, um recebe os holofotes, enquanto o "staff" brilha nos bastidores, longe do olhar da platéia.
O ônus também existe. Apenas um deve ser alvo do bombardeio quando os frutos do trabalho não aparecem. Porque, geralmente, a equipe está isenta de responsabilidade nesta hipótese. O "um" é que filtra negativamente os resultados que poderiam ter sido frutíferos.
Não vou buscar os links para minhas postagens anteriores. Ficar escavando o passado não irá traduzir o futuro. Vou apenas lembrar algumas coisas importantes: as equipes da Prefeitura Municipal são competentes ao extremo, pois do contrário já não teríamos Executivo sequer para chamar a atenção e criticar.
Os setores que apresentaram resultados abaixo do esperado só o fizeram porque, diante de líderes ruins, não existe equipe boa que consiga se sobressair. Diante de líderes máximos ainda piores, mesmo os líderes intermediários não conseguem fazer uma boa ligação com suas equipes de base. E essa corrente de elos fracos não possui força para suportar tranco algum. É redundância lembrar que a vida produz trancos.
Ainda há tempo para que o líder maior, o Prefeito, separe em definitivo o que foi joio e o que foi trigo nesta caminhada. Temo muito que ele prefira enaltecer o joio, porque já esta experiência já ocorreu dezenas de vezes.
Caso não o faça, deverá isentar o Secretário de Fazenda Júlio Sartori da derrocada financeira do município. Entre outras coisas, há um ano atrás houve a oportunidade de tomar uma ação política - e nem por isso justa - de responsabilizar o Assessor pelo caos. Mas isso seria feito de forma protocolar, uma vez que no mundo da política todo agente entra conhecendo os protocolos. Inclusive o do sacrifício.
Hoje, não existe mais este espaço. O que restou foi a alternativa grandiosa da ação de governo, ou seja, declarar em alto e bom som que muitas das ações do Júlio Sartori visando o saneamento financeiro foram solenemente ignoradas, em nome de um projeto político que ninguém conhece até agora.
Talvez esta seja a maior estratégia que exista na cabeça do núcleo duro de Governo. Não haver estratégia nenhuma, enquanto movem-se e encaixam-se peças como num enorme e complexo jogo de Lego. Tudo está sempre mudando, sempre inovando, para ao fim e ao cabo tudo permanecer como sempre foi. Com a ressalva de que algumas peças são consideradas descartáveis, eventualmente.
O "um" que movimenta o Lego esteve com a mão descalibrada nos últimos 31 meses. Como não é possível mais trocar de Lego, melhor trocar a mão que movimenta as peças. É um caminho que ainda não se fechou por completo. Ainda.
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