quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O poder não permite indiferença

Quando um homem ou um grupo de homens obtém o poder, raramente se convence de que a caminhada foi conjunta. É mais comum ficar a lembrança apenas do cruzamento da linha de chegada, e sumir a lembrança da equipe que propiciou este instante. Às vezes, com o sacrifício supremo.

O poder, pela natureza pesada de sua conquista, não permite indiferença. Exercido com serenidade e com responsabilidade, gera a sensação de merecimento por parte daqueles que o concederam. Exercido de maneira arrogante e mandatória contra quem o delegou, deve gerar a revolta.

A indiferença une as pessoas que são gado. Que se conformam, que se apequenam e se acomodam na reclamação de sofá, na manifestação de boteco e na passeata de beira de piscina. Revolta justa é que acontece no lugar certo, na hora certa, por motivos justos.

O Drops de Sanidade está ao lado da revolta. Hoje, a Câmara Municipal vai receber pessoas indignadas com a falta de compromisso com a seriedade, com a conivência dos maus métodos de gestão, com a gastança destemperada, com os tapas na cara da sociedade que estão sendo desferidos pelo poder arrogante e mandatório.

Vamos promover a reunião de bananas. De um lado, bananas que estarão simbolizando um "basta" à política rasteira do troca-troca e da submissão de um Poder que deveria acreditar mais em si mesmo e na procuração social que recebeu do povo. Repito: uma procuração social. Não foi um cheque em branco.

Do outro lado estarão aqueles a quem o Presidente da Casa Legislativa, há pouco tempo, desabafou que estavam agindo como perfeitos "bananas" no exercício dessa procuração social outorgada pelo povo de João Monlevade.

Nem nós nem os vereadores podemos representar a categoria de santos. O exercício da política prevê regras duras para o jogo; mas são regras que valem para todos. Se a sociedade não demonstrar, de forma clara, que os cargos que ocupam estão correndo risco, nossos vereadores votarão pensando muito pouco no que o povo pensa e quer.

Tudo o que recebe auditoria e controle, melhora. Nós somos a auditoria e o controle do Poder Legislativo que queremos ter. Atualmente, ele representa a última defesa que temos contra um Executivo morto nas ações proativas, mas ainda muito vivo nas ações de umbigo próprio.

Convido as pessoas a comparecer à Câmara Municipal hoje. Para tentar evitar a sandice de entregar mais dinheiro a gestores irresponsáveis e incompetentes. Para tentar evitar que dinheiro de água potável seja, eventualmente, transformado em dinheiro de esgoto. Para tentar salvar uma obra pública que vem se arrastando feito lesma, há quase dois anos.

Se em quase dois anos a Prefeitura não reservou 700 mil reais para concluir a obra, se há menos de dois meses a mesma Prefeitura reservou 100 mil reais para a Cavalgada, então este Governo não faz a menor ideia do que seja uma prioridade pública.

E é nessa aventura de brincar de política que alguns de nossos  vereadores querem embarcar? Que seja. Mas que assumam as consequências perante a sociedade que lhes outorgou - e pode revogar em breve - os mandatos. Se são "bananas" ou não, isso sequer vem ao caso.

Mas não podem ser ingênuos, ao ponto de achar que o caixão político do Governo atual não tem gavetas sobressalentes para todos os que agirem como "bananas".

Reitero o convite a quem quiser cobrar e exercer sua cidadania. Banana não faltará para ser mostrada aos nobres parlamentares. De forma democrática, ordeira, e firme.

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