domingo, 11 de setembro de 2011

11 de Setembro

Há dez anos, eu vivi um dos dias mais tristes da minha vida. Não por causa dos milhares de americanos inocentes mortos no ataque terrorista, mas por causa das dezenas de brasileiros dementes que comemoraram o fato.

Alguns chegaram, inclusive, a questionar minha tristeza. Para eles, nascer americano é viver culpado. Vá lá, vou fingir que sou demente também e aceitar que o Pentágono fosse alvo de um ataque (mas não utilizando aviões de carreira, onde haveria os inocentes vítimas do mesmo jeito). Vou fingir que sou demente ao extremo e aceitar que 6000 vidas foram um preço muito bacana a pagar pela derrocada americana. E vou fingir que sou tão estúpido quanto os que comemoravam naquele ano de 2001.

Boa parte deles hoje usa telefones e computadores Apple, programas da Microsoft, dependem de grupos geradores, turbinas e implementos elétricos da General Electric, observam equipamentos Caterpillar promover desenvolvimento econômico no Brasil e no resto do mundo, etc. Sem falar das pesquisas médicas e de nanotecnologia, e parando por aqui para não desfiar um rosário de muitas outras contribuições.

Sempre haverá algum demente questionando meu pensamento, ainda hoje. Respeito isso por amor à Democracia, não aos dementes. Aquele 11 de Setembro me fez ver os americanos como sempre vi: um povo com seus prós e contras como qualquer outro povo.

Mas também me fez ver alguns brasileiros como eu nunca tinha visto: como feras irracionais e sociopatas, pouco merecedoras de qualquer análise mais profunda de suas próprias existências. Que as famílias dos mortos possam se reconciliar com a paz interior, algum dia, é só o que espero.

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