sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Cidadania de classe econômica

Não há fase luz que resista no Brasil. Neste exato momento, tenho dois filhos em casa que estão sem aulas por quase três meses. E não deixei de pagar impostos nestes quase três meses. No final do ano não irei ganhar desconto no valor dos impostos que eu paguei para que eles tivessem direito à... educação pública, por exemplo.

Escárnio. O que define nossa relação com nossos políticos é o escárnio. Eles nos mandam muito desse sentimento negativo e injusto. Nós não mandamos de volta e deixamos que alguns ratos cresçam cada vez mais gordos e felizes.

E não adianta conclamar a sociedade. Ela está anestesiada, em coma induzido e inerte. Quando não está praticando a revolta contra os revoltados, não contra os carrascos. É um triste retrato de uma nação que, economicamente, está ficando cada vez mais rica. Espiritualmente, nunca esteve tão pobre.

Onde estão os homens que, um dia, nos procuraram parta dizer que seus objetivos eram contribuir com a construção de uma sociedade mais justa e digna para todos? Onde está a União, que não intervém nos Estados que estão deixando ruir a Educação mínima que já providenciavam? 

Onde está o homem digno e justo que virá me dizer, pelo menos, para matricular meus filhos em uma escola de propriedade de um empresário, porque a escola que eu pago com suor e sangue já não prestará para educá-los?

Quero reverenciar a luz. Mas todos os dias o Brasil inteiro me faz ter vontade de desligar o interruptor.

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