terça-feira, 20 de setembro de 2011

Um velotrol

A Internet não pôde me suprir com a fotografia do Velotrol original. Que pena! Ele me traz sempre lembranças boas da minha infância. Não pelo Velotrol que tive, porque não tive nenhum. Mas pelo ensinamento de que muitas coisas são importantes apenas porque queremos que sejam, naquele tempo e naquela hora em que acontecem.

Durante alguns anos, o Velotrol e a dúvida de poder um dia tê-lo - ou não - foi importante para mim. Demais. Hoje eu sei que não teria feito diferença alguma e que, de alguma forma, a vida deu um jeito de construir minha felicidade. Sem o Velotrol.

A lembrança veio à minha mente depois que vi um episódio do Chaves no SBT. Como muitas outras instituições e pessoas, o SBT ainda vive do Chaves. É sua pedra de toque, sua salvação nos momentos de crise. Ao ver o Kiko carregando um triciclo debaixo do braço, lembrei-me de mim e do fato de que fui ainda mais pobre que o Kiko.

A arte só é capaz de imitar a vida. Este é um mistério que não vai se acabar enquanto existir vida humana na terra, acho.

E, refletindo um pouco mais, chego à conclusão de que não devo me preocupar tanto com a perenidade das coisas. Algumas delas são como o Velotrol não possuído. Parecem importantes agora, mas vão passar como as nuvens. O que fica, o que deve permanecer intacto, construímos dentro de nós mesmos.


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