quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pé no freio

Até que a Arcelor Mittal se pronuncie (e a empresa só o fará quando considerar que o momento certo chegou), fica para a cidade a obrigação de refletir sobre o futuro imediato. Para a classe política, estamos vivendo um divisor de águas: ao contrário dos empreendedores que apostaram alto e correm o risco de ver a aposta evaporar, a cidade não pode correr riscos.

Hotéis, loteamentos, agências de turismo, comércio varejista... Muitos são os empresários que devem estar apreensivos agora. E com razão, mas a atividade de todos eles está baseada na aposta e no risco. Uma comunidade não tem essa característica e, pelo contrário, deve se pautar na prudência como meio de contornar as atribulações comuns de uma economia que se move bastante rápido. E nem sempre na direção desejada.

Em breve será votado no Legislativo o orçamento previsto da cidade, para o ano que vem. Espero que os vereadores tenham em mãos e na mente a responsabilidade de não aprovar uma proposta surrealista. A conta ficará impagável se o valor estiver em desacordo com a caminhada econômica da principal geradora de  dinheiro em João Monlevade.

Espero mais ainda: que o governo municipal já se adiante e encaminhe uma proposta mais calcada na realidade de agora, e não na expectativa de um futuro que pode virar areia em poucos meses. Orçamentos podem ser suplementados sem problemas maiores, mas não podem ser utilizados sem o devido lastro financeiro sem que a conta fique para as gerações futuras.

O momento é de maturidade e de tomada de decisões serenas. Um pé no freio, quando o carro está ladeira abaixo, não é covardia. É questão de senso e responsabilidade.

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