quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Morte anunciada

O contador Fubazão vai morrer. Recebi o recado há alguns dias, informando que o código-fonte precisa ser atualizado até 30/11/2011. Não irei atualizar o meu código.

Para ser muito sincero, já não vejo hoje os motivos que me levaram a ter um contador de visitas no blog. Além do motivo óbvio que seria alimentar o meu ego. Na época em que coloquei um contador, optei pelo Histats porque ele me fornece muitas informações adicionais: de quais blogs e sites vem o meu acesso, qual navegador de internet as pessoas estão usando, quais são as URL´s mais frequentes, que buscas resultam em acesso ao Drops de Sanidade, de onde as pessoas acessam, e algumas informações menos relevantes.

Ter um blog não mudou minha vida e imagino que não tenha mudado a vida de ninguém em João Monlevade. Isso me incomoda um pouco, porque aqui foram idealizadas e passadas muitas ações que poderiam ter resultado em maior qualidade de vida para todos nós. Para os que já possuem recursos à mão, estas mudanças seriam apenas racionais. Para os necessitados de verdade, porém, elas representariam um passo avante em sua dignidade.

Manter o Drops de Sanidade em pé é um ato de rsistência. Ao longo da vida do blog, eu imaginei que ele poderia servir como um farol para inciativas mais nobres, por parte de muitas pessoas públicas. Isso não aconteceu e acabei formulando a Teoria da Representatividade de Um Só. Aquela que comprova, por análise fria dos fatos, que homens públicos costumam ser resistentes a ideias externas que venham fora  de seu meio.

É uma aberração. Leio muitos blogs dedicados à João Monlevade e suas realidades, e a maioria deles apresenta ideias e projetos viáveis. Isso há quase quatro anos. Ainda não vi uma (isso mesmo, uma) ideia ser discutida nem destruída pelos bons argumentos. Elas são simplesmente ignoradas. A Teoria da Representatividade de Um Só explica o fenômeno: para ser ouvido, um cidadão precisa representar algo ou alguém, formalizado e registrado. De preferência estando à frente de pessoas que tenham título de eleitor.

Sim, essa é a realidade crua que nos aguarda. Termos representantes em todas as esferas públicas que não aceitam o fato de serem empregados do povo. Que imaginam um mundo de utopias onde todo mundo, ao nascer, recebe não uma Certidão de Nascimento, mas um Título de Eleitor. Se fosse para trabalhar em prol deste cidadão, até que eu veria com olhos mais bondosos. Mas não é. É pelo voto, que virou papel moeda para que o cidadão, mais tarde em sua vida, seja ludibriado e engabelado por muitos espertalhões.

A morte anunciada é do contador Fubazão, por enquanto. Eu aguardo o dia em que ocorrerá a morte da miséria de ideias que nos envolve, na figura de políticos desgastados, inoperantes, gananciosos por um poder que não merecem e não sabem como valorizar.

Fico com os blogs. Deles não há como sair soluções, apenas ideias e sugestões esperançosas. Isso é a Democracia, onde o poder está onde deve estar. O que amedronta é verificar o quanto o poder é desvalorizado por alguns de seus detentores.

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