Muitos já falaram sobre o assunto e falaram com mais propriedade de razões das que eu consigo reunir. O que me resta, então, é dar um toque de pensamento pessoal ao que é consolidado pela capacidade de análise dos meus conterrâneos.
Minha opinião é a de que o bairro JK é o primeiro presídio genuinamente monlevadense. Ele é pensado de forma errada, muito errada. Ruas largas e lotes estreitos, privilegiando a morada dos carros em detrimento das moradas de gente.
Não há construções horizontais para que o ar e o vento circulem. A verticalização traz um calor médio mais alto, agravado pelo espaço mínimo que existe entre os prédios. Esta mesma proximidade ainda trará prejuízos à saúde dos moradores.
Por que? Ora, imaginem a ocorrência de um vírus de gripe em um ambiente fechado. A proximidade dos edifícios, aliada à ausência de circulação, fará com que cada prédio contamine rapidamente ao prédio próximo, e assim sucessivamente.
Há outros problemas a ser avaliados. O principal deles é que não houve ordenamento urbano e nem um código mínimo de proteção à qualidade de vida por ali. O JK se assemelha a um presídio, e neste aspecto ele reflete uma tendência: os homens de bem estão sendo recolhidos às suas casas, repletas de grades e alarmes e confinamento.
Assusta imaginar que este confinamento seja voluntário. E que ele está se estendendo à capacidade do município em pensar a si mesmo, dentro de uma proposta mais libertadora e mais saudável para seus munícipes.
Enquanto isso, os que deveriam estar incumbidos de capitanear o pensamento organizacional da cidade estão fazendo algo muito mais "importante". Talvez estejam montando castelos de cartas.
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