quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Inovação de cones e de fitas zebradas

Existem apenas duas formas de atuação frente a problemas: atuação preventiva e atuação corretiva. Quando um governante opta por atuar preventivamente, sabe que está sacrificando sua elegibilidade (seu potencial de captar votos fáceis) pela evolução da sociedade em que se insere. E a sociedade vê nascer um estadista, mesmo que grande parte dela não saiba reconhecer um.

Quando o governante opta por uma atuação corretiva, opta também pelo jeito mais caro e menos eficiente de enfrentar problemas. Vira um "tocador de obras", que barganha grande parte da evolução social pela chance de se eleger mais facilmente. O Brasil adota este modelo.

Corrigir é mais caro e menos eficiente que prevenir, todo mundo sabe disso. Mas quando a prevenção não foi adotada, o que se espera é uma correção rápida e justa dos problemas. Se é meu dinheiro que está sendo desperdiçado, que seja promovendo o resgate da dignidade  de quem é menos favorecido.

Agora, quando o governante opta por não prevenir e se revela pouco operante na correção, o que fazer? Acreditar que este fato é uma escolha pessoal dele? A lógica nos recomenda não acreditar nisso. Políticos são animais eleitorais por excelência e possuem um instinto de sobrevivência fortíssimo. O jeito é concluir, de novo através da lógica, de que estamos observando um animal exótico na fauna política. O que não sabe porque se enfiou neste mundo, onde a sensibilidade e a competência devem se misturar com muito cuidado, para não ocorrer a morte prematura do protagonista.

João Monlevade está estarrecida porque estamos vendo um espécime raro na ponta do processo político. Nosso governo não optou por prevenção e está agindo feito barata tonta, na correção dos problemas causados pelas chuvas.

Na imensa dúvida sobre o que fazer, a Administração Municipal inovou. Está colocando cones e fitas zebradas na borda das crateras que a chuva abre. Se é uma frustração para nós verificar que as fitas zebradas e os cones não fazem nada em relação aos buracos, pelo menos é inovador que a presença do Governo seja representada por eles à borda dos abismos. Imaginem se não houvesse nada por lá?

Pessoalmente, eu preferiria que houvesse resposta rápida, já que não houve prevenção alguma. Mas tenho que reconhecer a inovação dos cones e das faixas zebradas. Até porque o Drops já revelou que os cones dominam a política local... LEMBRE AQUI.

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