quarta-feira, 21 de março de 2012

Na casa do "Beto Abelha"

O último encontro que o Partido Verde teve com Gustavo Prandini, em 2008, foi na casa do simpático "Beto Abelha" ali no Mangabeiras. Foi uma oportunidade de - à época - vermos aclaradas muitas coisas que até o momento se revelavam meio obscuras ou indecifráveis. A eleição havia passado e era hora de bater um papo, sem as tremendas pressões de campanha.

Foi a primeira vez em que vi um Gustavo Prandini firme, objetivo e direto em uma fala.

"-Gente, acabou a campanha, saímos vitoriosos e é natural que haja aspirações e projetos entre vocês que auxiliaram na caminhada. Vamos ser realistas, né? Daqui, deste grupo, não vai sair primeiro escalão de governo. Política não deve ser encarada como ação entre amigos ou brincadeira de adolescente. A boa prática política nos fala que temos que ser responsáveis, seguros e cautelosos nos primeiros passos."

Desconforto geral. Eu, Célio Augusto de Lima, afirmo que ali não havia um único para-quedista de cargo público, que já não tivesse chegado "pré-nomeado" à reunião. Sempre foi o método de governar adotado por esta cúpula: coisas prontas e acabadas serão sempre apresentadas como fator de diálogo e busca de entendimento para implantação.

Hoje, três anos e meio depois, duvido que algum dos presentes no "Beto Abelha" e que não fosse "pré-nomeado", esteja entendendo porque tanta dança de cadeiras e de nomes nos cargos-chave de governo. Mal dá para a gente decorar um e já vem outro...

Três anos de conselhos bons jogados fora é muita coisa. Pode até ser que este governo se reconduza ao poder, mas falta muito ainda em si mesmo de capacitação, para entender o que é a arte política. Não se trata de trocar os nomes, gente. Trata-se de estabelecer os rumos, o norte, a definição do comando consciente e a eleição de um grupo pensador central, um colegiado de gestão que iria dividir riscos e lucros, dividendos e eventuais prejuízos.

Do jeito que caminhou a coisa toda, há um bando enorme de aventureiros e mercenários que sairá do governo sem um arranhão na própria imagem. Quanto ao futuro da imagem do Prefeito Gustavo Prandini, perguntem-me daqui a um ano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lembro-me muito bem desta ocasião.