terça-feira, 20 de março de 2012

O que seria a "esquerda"?

Todos vocês sabem que não me lixo para os nomes. Direita, esquerda ou centro são apenas rótulos criados para que tentemos encobrir nossa mesquinharia individual. A moda agora é tentar mais um rótulo, a "terceira via". Nela, provavelmente, devem se reunir aqueles que nunca conseguiram alimentar sua fome de poder, em algum dos outros rótulos criados.

A realidade é que dos três, o mais fantasioso é o que se chama "esquerda". Por uma razão simples: a humanidade ainda não evoluiu à altura dos ideais que este movimento preconiza. Somos seres egoístas e acumuladores, em maior ou menor grau. Não há compatibilidade - ainda - entre o que somos e o que poderemos nos tornar no futuro.

O universo brasileiro é ainda mais cruel. Temos uma esquerda aliada a José Sarney, Jáder Barbalho e caterva. Temos uma esquerda que não pune severamente aos corruptos que descobre. Simplesmente chama de malfeitos os crimes dessa galera. Seria bom consultar os dicionários para descobrir o que significa o substantivo "malfeitores"...

Temos uma esquerda que se empenhou em fazer uma Copa do Mundo, mas que ainda não fez um único movimento concreto de garantir aos professores o Piso Nacional de Salários, livre de interpretações marotas.

Temos uma esquerda que, ao não investir tudo que pode em Educação Pública, mata qualquer chance de se diferenciar de toda a estrutura que valia quando o país era de "direita". Inclusive deixando de investigar porque tantos companheiros enriqueceram tanto, de forma inexplicável.

Temos uma esquerda meio que incapaz de lutar contra o crime, pelo fato simples e ridículo de identificar a repressão criminal com indícios de ditadura. Ela não investe em escolas e não investe em cadeias. Não transforma e não coíbe a deterioração da sociedade. Faz o quê, então?

Temos uma esquerda que subsidia o preço da gasolina e do diesel, para manter o "status quo" de sociedade que se movimenta por meios individuais ou caros. Que raio de esquerda é essa que não investe no transporte de massa e no transporte por ferrovia, que são universalizantes por excelência?

Que esquerda é essa, que ao privatizar serviços diz que não está privatizando? Que repete fórmulas consagradas por quem ela mais combateu, mas diz que são fórmulas suas? Que adota a máxima "errado não é o que se faz, mas quem faz?"

Todas as vertentes politicas humanas tem muito a explicar, e de forma convincente. Mas a que se autotitula "esquerda" tem explicações muito mais difíceis a dar. Porque serão explicações impossíveis de se sustentar diante de uma análise lógica e racional.

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