sexta-feira, 3 de abril de 2009

381 Cap. 3 - Motoristas idiotas demais

Aproximadamente 9 em cada 10 dos acidentes de trânsito que eu analisei do ponto de vista técnico, nestes últimos 13 anos, foram motivados por motoristas. Seja por déficit de formação, por imprudência ou por pura imbecilidade, aproximadamente 90% das vidas que se perderam nestes casos tiveram um cérebro humano como autor. Claro que estamos falando de um cérebro que tirou folga por alguns instantes...

Outros 8 % dos acidentes, aproximadamente, ocorreram em virtude exclusiva de falhas da via. A 381 mantém esta média, por mais difícil de engolir que seja. Somente 2% dos acidentes ocorreram por falha mecânica alheia às ações ou omissões dos proprietários/condutores dos veículos.

Só posso falar com conhecimento de causa do trecho compreendido ente Nova União e Nova Era, que é atendido pela Seção Técnica de Criminalística em João Monlevade. Mas imagino que a média se mantenha para os demais trechos da Calha Norte da 381.

Para exemplificar, o último acidente em que analisei uma falha da via, como fonte exclusiva da causa, aconteceu em 2007. Lá se vão dois longos anos.

Não vou comentar todas as atrocidades, cometidas pelos condutores, que já observei trafegando pela estrada. Quem a utiliza sabe bem do que estou falando. Daí, bradar contra a 381 e sua engenharia medieval é causa justa, mas e quem bradará contra os motoristas de pensamento medieval?

Só não configura total injustiça culpar a rodovia porque pagamos impostos escorchantes. Daí o nosso direito inalienável de cobrar a aplicação dos mesmos, com raiva e com fúria se preciso for. Que o Estado despregue a bunda da cadeira e vá trabalhar. Multas e apreensões de veículos das mãos dos idiotas. Modernização da estrada e redução de seus perigos, para salvar outros tantos idiotas. Porque são imbecis por opção, mas contribuintes por arbitrariedade e imposição.

Daí que pagarmos pedágio é uma afronta: já pagamos pela rodovia que ainda não temos.

No próximo capítulo da série falaremos sobre os impactos que a duplicação da BR 381 poderia causar nos municípios de seu entorno, a abordaremos uma possível relação de custo-benefício para estes impactos.

Um abraço!

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