domingo, 19 de abril de 2009

Hipocrisia (Ou como o Hiper é mini)

E vamos nós de novo chamar a atenção do Hiper Comercial. Quando de sua inauguração, lembro-me que minha esposa perguntava se haveria espaço para um supermercado daquela magnitude em João Monlevade. Lembro-me de tê-la alertado que faria o maior sucesso, por três razões básicas:

1 - Estacionamento amplo e "gratuito" - Faz a maior diferença, atualmente, para o setor supermercadista em qualquer lugar do Brasil (as aspas vão para o fato de que o custo de rolagem do estacionamento é, obviamente, embutido nas receitas que entram pelas nossas compras, indiretamente).

2 - Janela de tempo de funcionamento em horário noturno - mais uma tacada óbvia, porque milhares de consumidores não tem tempo para fazer compras durante o dia e, durante os sábados pela manhã, a cidade vira um inferno no centro comercial. Quem já vive o inferno durante a semana quer mais é se livrar dele nos dias que sobram.

3 - Funcionários que, ainda hoje, esbanjam simpatia e bom humor para com os clientes. No maior concorrente do Hiper, nunca fui atendido com menos que indiferença, o que me fez levar o meu dinheiro para onde ele era melhor recebido. Sempre faço assim. Só sou atendido mal e porcamente uma vez. O lojista que me atendeu mal e me viu voltar ao seu estabelecimento pode postar aqui e ganha, imediatamente, mil reais (bastando comprovar que comprei de novo em sua loja).

A par destas três bases que garantiriam o seu sucesso, o Hiper Comercial teve poucos percalços a vencer. O maior obstáculo era o açougue sem sistema de senhas, e cujos atendentes privilegiavam aos amigos em detrimento das outras pessoas. Hoje é problema superado, mas me fez abandonar a área do açougue uma dezena de vezes até que as senhas fossem implantadas. Não me levem a mal: acho o tempo de cada um de vocês tão importante quanto o meu, mas nunca mais importante que o meu tempo. Simples assim. Ou somos iguais ou nada. Procuro outro lugar. Se preciso for, até outra cidade.

Hoje, o calcanhar de Aquiles do Hiper é representado pelos caixas rápidos. Despejei uma meia dúzia de vezes nos blocos de papel para anotação das sugestões: Implantar Caixas Rápidos dignos deste nome, para os clientes que levam aos mesmos apenas os dez códigos de barra, por compra, e pretendem pagar com dinheiro vivo. Porque caixa rápido que aceita cheque, cartão e nota promissória é só um caixa que limita volumes, e olhe lá...

Na estrutura atual do Hiper, um caixa com estas características que estou sugerindo viraria instantaneamente o "Hit" do público que quer agilidade. Incentivaria o consumo naqueles que tem preguiça de enfrentar as filas monstruosas e colocaria numerário vivo de forma rápida, no volume de caixa diário.

Pensando em termos de mão dupla, seria ainda uma forma de oferecer um agrado a mais aos clientes. Não é pouco. Um supermercado possui público quase cativo, porque não há crise que nos faça parar de comer e limpar nossas casas. Mas nosso coração fica mais aliviado quando nos sentimos de algum valor para quem precisa de nossa grana. Acho que, no fundo, sou mais importante que meu dinheiro, ou tão importante quanto.

Seria bom que nossos empresários também nos vissem dessa forma.

Um abraço!

2 comentários:

Unknown disse...

Caro Célio,
dias atrás comentei sobre este assunto com o Hélio, e que prontificou solucionar o problema dos caixas rápidos.
Levei à ele, também, o problema do caixa para idosos, gestantes e deficientes, e citei o exemplo de grandes supermercados de BH, de outras capitais e cidades do Brasil, onde são respeitados os dizeres dos cartazes, MESMO QUE A FUNCIONÁRIA (CAIXA) fique à toa, mas deveria ser respeitados os direitos, mas o problema é também educacional.
O povo vai com um jeitinho, "...é só onze? Passa? Vai?..." e a caixa cede. Cede à falta de respeito, ao jeito Gerson de ser do brasileiro.
Olha, se não tivermos educação suficiente para respeitar um simples caixa rápido de supermercado, uma caixa para idosos e etc., como queremos ter uma sociedade democrática?
Se pecamos nos mínimos valores? Isto vale para a população que usa, assim como os caixas e proprietários do Hiper.
Queremos ver o Hiper Hiperlhor.
Aproveito para deixar-lhe o link de meu blog:
http://bocaonopulpito.wordpress.com
Abraços

CÉLIO LIMA disse...

Marcelo, acabei de lincar o seu trabalho. peço desculpas pela lerdeza, porque em verdade não sou muito hábil com a ferramenta "blog".

Vamos trocando nossas idéias e jeitos de pensar e agir. Acredito que algo de bom sempre se obterá quando nos mobilizamos por algo justo e bom. Um abraço!