Sei falar palavrões. Muitos. Talvez até mais do que deveria conhecer.
Sei criar polêmicas baratas e sem resultado prático. Muitas. Talvez até mais do que o necessário para tornar minha vida - e outras também - ocas e sem sentido.
Tenho veia humorística. Maior que a média. Talvez até mais do que deveria em relação à atividade profissional que exerço.
Sei pesquisar a rede em busca de imagens, textos e situações bizarras para lincar aqui. Talvez até mais do que deveria para resistir à tentação.
O meu maior problema reside justamente no que sei. Porque sei que entre o saber e o fazer existe uma tênue linha de sanidade e decoro, de propriedade (característica do que é apropriado) e oportunidade, de honra e circunstância.
E sei também que é possível ignorar esta ponte, de forma solene. Que o bizarro, o escatológico e o polêmico estão aí para garantir maior público.
E sei que existe um axioma, que retirei do filme Hellboy, e que pauta tudo o que faço, em contraponto ao que sei. Transcrevo em interpretação livre:
"Não é como um homem nasce, mas como ele morre, que define o que ele é. Sua vida não é predeterminada no nascimento, mas nas escolhas que um homem deve fazer durante a caminhada."
Daí que fazer define um homem, enquanto saber apenas aponta o seu potencial. Saber roubar vem de entender o crime. Fazer um roubo vem da escolha equivocada pela violência. Um criminoso não se constrói do que sabe, mas do que executa. Um homem digno tem engenharia igual.
Agenda oculta? O que sabemos não nos limita, mas o que fazemos nos revela por inteiro em toda a glória ou toda a desonra. A ponte, como espero ter explicado bem, é construída com nossas escolhas.
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