terça-feira, 23 de junho de 2009

Ainda a Rádio Cultura

Este espaço jamais será utilizado como tribunal de exceção. Portanto, é imperativo afirmar que a Rádio Cultura é mais importante que os seus integrantes. Assim como todos os jornais impressos o são, as outras rádios igualmente. A Polícia Técnica em João Monlevade o é. Trabalho para ela, que trabalha para a sociedade monlevadense. O contrário seria admitir que vivemos no País das Maravilhas; apesar do nome promissor, só produzia horrores na cabeça da pobre Alice.

Homens sempre fazem a diferença, para o bem e para o mal. Talvez o que os faça grandes seja atender ao benefício da maioria, sem que tal defesa represente apenas um gasto a mais de saliva inútil. Falar em nome do povo é fácil. Difícil é querer, realmente, o bem dele. Querer os bens do povo não torna ninguém melhor.

Por que será que nenhum - NENHUM, ABSOLUTAMENTE NENHUM - agente social importante de João Monlevade mergulha fundo na busca de soluções para o Bairro São João, por exemplo? Dali sairá o próximo vulcão de insegurança a explodir em João Monlevade, no médio prazo.

Porque não apareceu, até agora, uma cobrança sadia por uma biblioteca pública de qualidade em nosso município?

Porque não surgiu um projeto que promova espaço, para os artistas locais exibirem os seus talentos, que são consideráveis? Um Arte na Praça, por exemplo?

Não sou eu quem deve criar pautas. Um repórter sabe muito bem disso. Deve saber que ele mesmo não cria suas pautas, mas pode sugerir ao seu editor que ambos se lancem em algo mais substancioso que aguardar release oficial. Ou esperar pelo "dedo-duro" ambicioso e inescrupuloso dentro das estruturas estabelecidas. O informante é movido a rancor barato, tudo que sai dele é contaminado por este vício original e fica impossível filtrar todo o veneno depois, ainda que um sólido trabalho de bom jornalismo seja levado a termo, para depurar o caldo ruim. Se o trabalho de jornalismo for temperado à base de conveniência, Deus nos livre.

Já passou da hora de nossa imprensa crescer. Porque a Monlevade dos anos 70 e 80 cresceu, simples assim. Tanto em tamanho quanto em capacidade de argumentar e refletir sobre si mesma. Os indicadores estão todos aí. Só não vê quem não quer abrir os olhos, enquanto amaldiçoa a escuridão e vive de passado.

Agenda oculta? Precisamos de nossa imprensa, já disse anteriormente e não abro mão de que ela exista, forte e participante. Mas direcionada apenas para influenciar os menos capazes em reflexão, ela se consubstancia naquilo que este Blog e este blogueiro abominam: um tribunal de exceção, uma microditadura que só produz desserviços a João Monlevade.

Nossa imprensa pouco olha para nosso cotidiano. Parece enxergar, sempre, o próximo período eleitoral. Se o Brasil funciona assim, dane-se o Brasil. Quero o bem da minha terra natal primeiro. Os demais que sigam nossos bons exemplos e deixem de copiar nossos erros.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Célio, justamente pela " qualidade" dos jornalistas que trabalham na Rádio Cultura que agradeço o STF por ter transformado seus diplomas em pó. Merecidíssimo!