Para os conhecedores (eta termo elitista), as tubaínas não são mistério. Aos demais, o esclarecimento: tubaínas são refrigerantes quase genéricos, de tão ínfima sua participação no grande mercado.
Em meados da década de 90, as gigantes do setor (Coca Cola, Antarctica e, em menor gigantismo, Brahma) dominavam os preços, os gostos e as mentes dos consumidores. Não havia qualquer espaço para mudanças... até o advento do Plano Real.
O mercado de refrigerantes beneficiou-se da diferença de escala. A inflação galopante machucava as pequenas indústrias, enquanto apenas arranhava as gigantes. O Real cuidou de equilibrar este jogo nefando, e as prateleiras dos supermercados foram inundadas por produtos como o guaraná Picolino (ah, saudade...), os refigerantes Fanny, Dolly, Del Rey, Mate Couro e dezenas de outros.
Alguns se perderam na poeira de sua própria incompetência. Outros se consolidaram, forçando a indústria a se acomodar em outros patamares. A Coca Cola reduziu seus preços, Brahma e Antarctica viraram a Ambev, depois Inbev. E reduziram seus preços.
Uma revolução silenciosa na superfície, motivada por garrafas Pet com conteúdo diferente pelo que era ditado por gigantes, goela abaixo de um povo sem opções.
Ah, e o frango? Simples, transfira os mesmos elementos de ligação acima para os conglomerados da carne, em contraponto aos produtores de frango. Quem viveu o momento vai se lembrar do frango barato, da real aposição de proteína na alimentação dos mais pobres, e de uma mudança efetiva nos padrões de comportamento de nós mesmos, enquanto consumidores.
O Plano Real foi um divisor de águas na história do Brasil. Nenhum governante após, desconsiderando-se o matiz ideológico, poderia ou poderá se desvencilhar de suas bases teóricas e práticas, como pilar da economia nacional.
Outras revoluções silenciosas nos aguardam. matizes ideológicos já viraram poeira de História. Como sempre acontece, enquanto homens discutem ninharias, a sociedade observa a sobrevivência do que é, realmente, importante.
Daí pularmos para o apagão de 2009. Nossos políticos, como sempre, perderam um tempo precioso em achar um culpado. Discutir soluções fica para quando o destino permitir e a ignorância não travar.
PT? PSDB? PV? PMDB? DEM? PDT? PQP? Pouco importa. Nosso tecido partidário rasgou-se há muito tempo. Hoje, a política brasileira é tocada a mínimos exemplares de vida digna, contra zilhões de exemplos de indignidade e cafajestagem.
João Monlevade possui um privilégio ingrato, neste aspecto. Privilégio porque não se conhece um único exemplo concreto, provado, confirmado e punido de pilantragem levada à vida pública. E ingrato porque ainda não vimos um único gestor de qualidade tomar as rédeas do desenvolvimento e da evolução para o município. No máximo, promessas que não se consolidaram em seus caminhos.
Aguardamos. Neste exato momento, o curso de uma revolução de frango e tubaínas está acontecendo novamente. Não se sabe sob os pés de quem ela irá explodir, mas não precisamos ter medo do momento. A História favorece aos cidadãos de paz e de Bem.
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