segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sabedoria míope

Ah, os "sábios"... Sem eles, qual governante ou mandatário poderia sobreviver em nosso mundo?

Não se trata de nossa cidade apenas, nem de nosso país apenas. Trata-se do mundo que estamos corroendo por dentro, como cupins selvagens. Nosso mundo está coalhado de "sábios".

E ainda há sábios, só que amordaçados pela embriaguez dos povos. Os "sábios", por sua vez, fornecem a tequila aos baldes, enquanto destilam sua inteligência desfocada ao redor de si mesmos.

Um "sábio" bem colocado é capaz de jogar por terra qualquer trabalho. Pela Lei de Murphy, estão sempre bem colocados, menos para beneficiar os povos, mais para insensar os patrões.

Minha cidade teve "sábios" demais, organizando seu destino, nos últimos vinte anos. É hora de, pelo menos, mostrar a fotografia de um em seu habitat natural. Os monlevadenses de brio e honra, que existem aos montes, precisam conhecer a figura do "sábio" como ela é, e não como ela se apresenta. Observem. A simples observação primária dará a dimensão exta de porque, em tantos anos, João Monlevade andou tão pouco.

Não há tinta ideológica ou partidária que resolva esta equação. Enquanto houver "sábios" ditando o destino de João Monlevade, estaremos atolados na caca.

"Sábios" construíram Monlevade como ela é. Como mandantes ou como mandados, pouco importa. Se tivéssemos um zoológico funcionando a pleno vapor por aqui, teríamos uma cidade que não precisaria se envergonhar de seu destino e de seus caminhos trilhados. Nossos "sábios" estariam no local correto, dentro da jaula, e seriam incapazes de avacalhar com nossa vida de forma tão eficiente.

Ainda bem que são minoria. Ou não teríamos destino algum a comemorar.

O maior benefício que alguém poderia conceder a João Monlevade seria eliminar estas figuras, simpáticas mas mortais, dos centros de comando e decisão do nosso lar. Ainda aguardo um redentor genuíno, para esta questão complexa.

Enquanto isso, faço a minha parte. Nenhum deles escapará de minha visão crítica. Tenham a cor que tiverem, empunhem a bandeira que quiserem. Vou apontá-los aos meus irmãos monlevadenses com fúria e gosto, é assim que gosto.

E, aos poucos sábios que tem voz, uma Agenda Oculta: todos são responsáveis pela cidade que temos. Onde não existiram ações, as omissões contribuíram para a floração de muitos "sábios".

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