sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Pérolas do Márcio - Os insubstituíveis

Em verdade, este tópico deveria ter como um parâmetro possível a comunicação suja. Entretanto, o corolário de direções a ser tomadas é tão nebuloso que resolvi criar as "Pérolas do Márcio". Como tudo em que me envolvo, alguns esclarecimentos iniciais e importantes:

- a vida pessoal de Márcio Passos não me diz respeito, portanto falarei da figura pública que se sobressai, embora reconheça que, ao não titular de cargo público, esta definição é muito tênue.

- Como titular e proprietário do jornal de maior circulação da cidade, Márcio Passos é formador de opinião pública. Que haja a vontade de me convencer a respeito da linha editorial do "A Notícia" não conter suas diretrizes, aceito. Mas não acredito.

Feitas estas duas importantes ressalvas, vamos lá:

Fonte: Coluna Emporium - Edição de 22/01/2010 - Jornal A Notícia

"O primeiro pilar (de sustentação do hospital) responde pelo nome de Associação São Vicente de Paulo, criada a partir de dificuldades para se estabelecer como mantenedora a sociedade do mesmo nome."

Resumindo, o primeiro pilar é uma contrafação, uma esperta jogada de marquetingue (olha ele aí de novo, geeente!) para angariar a simpatia dos que acreditam e acompanham o trabalho da Sociedade São Vicente de Paulo - SSVP - secular e dona de uma credibilidade inquestionável em ações sociais.

Para mim, tudo que começa com métodos pouco éticos tende a avançar com diretrizes pouco éticas, mas esta é uma opinião pessoal. As pessoas que integram a Associação poderiam ter opinado contra este primeiro passo obscuro. Não o fizeram, mas não cabe a mim questionar o porquê.

"O segundo pilar é a Associação dos Amigos do Hospital Margarida, responsável por várias atividades e promoções de apoio à associação mantenedora e aos projetos de melhoria contínua da Instituição. Vários diretores e presidentes se sucedem num trabalho que exige muita dedicação e compromisso, correndo riscos e enfrentando desafios para tornar realidade o diferencial que já se percebe em tão poucos anos, empenho onde se incluem funcionários e corpo médico." (Grifo do autor deste blog)

Curioso, só se fala em renovação de diretores na AAHM. Os componentes da Associação São Vicente não deveriam estar inclusos, na questão do empenho, dos riscos e dos desafios? Principalmente, na alternância de poder, tão difundida e tão pouco defendida neste nosso Brasilzão de Graça e Glória?

O empenho dos funcionários e do corpo médico, claro, nunca gerou dúvidas em minha cabeça.

"O terceiro pilar é o provedor Lucien Marques, homem certo e que, na hora certa, assumiu a direção dos trabalhos de recuperação do Hospital Margarida. Cidadão de espírito público inquestionável, ele não só aceitou o convite para comandar a difícil tarefa, como se dedicou de corpo e alma (ou espírito) à empreitada. Revelou-se um grande negociador, conduziu com habilidade e liderança as parcerias e cobranças que visavam retomar ao margarida o título de hospital referência de toda a região."

Bingo! Novamente, nada de renovação. Lucien marques é insubstituível. (Nada contra a pessoa, que não tive o prazer de conhecer pessoalmente).

Minhas perguntas: Tudo o que Lucien realiza no Hospital, e que deve ser considerado como de grande relevância e competência, não poderá jamais ser continuado por outro administrador? Má notícia para todos os futuros formandos da Funcec: esqueçam a possibilidade de ser considerados bons profissionais. A única vaga está ocupada.

Assim como eu e Márcio, Lucien é humano e finito. Após sua gestão, o Margarida só tem o caminho da quebra e do fim? Não acredito nesta hipótese.

Outro administrador não poderá negociar os acordos políticos e verbas, sejam públicas ou privadas, para manter o hospital em boa linha? Se a resposta for negativa, então é caso de intuir que estas verbas aconteçam de chegar não por causa de todo o trabalho do Margarida, mas por causa de todo o trabalho de Lucien Marques?

A mim, soa estranho que uma peça seja mais importante que o conjunto de todo o motor. Mas... O marquetingue explica!

"Por último, o quarto pilar que é o efetivo apoio político, até 2009 representado pelo deputado estadual Mauri Torres e pelo prefeito Carlos Moreira (sic), e que recebeu em 2010 a garantia de continuidade da parceria com a Prefeitura de João Monlevade através do prefeito Gustavo Prandini."

Hmm, descobrimos que o prefeito Carlos Moreira esteve atuante até 2009 e que Gustavo Prandini só garantiu em 2010 a continuidade da parceria PMJM-HM. Curioso, minha memória é ruim e algo me diz que, em 2009, Carlos Moreira passou 365 dias como ex-Prefeito. Vou rever alguns conceitos ou lamentar o ato falho.

"(O Margarida)Precisa, isto sim, de é de mais política para garantir o ritmo de investimentos que aí estão, sem abrir mão dos três (sic) pilares representados pela Associação São Vicente de Paulo, Associação dos Amigos e provedor Lucien Marques, respaldados pelo efetivo apoio político do deputado Mauri Torres e do ex-prefeito Carlos Moreira, acrescido agora com o aval do prefeito Gustavo Prandini, que precisa visitar regularmente o hospital e suas obras."

Uai, só os três primeiros pilares são insubstituíveis e devem ser imutáveis? E sem o apoio político de Mauri Torres e Carlos Moreira o Hospital não tem como funcionar? Carlos e Mauri deixarão o hospital morrer à míngua, se Lucien não for um dos três pilares? Perguntas que deixo para alguém mais esperto responder.

Na minha humilde ignorância, imagino que, qualquer que seja o político majoritário em Monlevade, ele não deixará de apoiar imensamente o Margarida, mesmo que faltem todos estes três pilares. Porque pilares significam nada, se não houver estrutura importante a ser sustentada por eles.

Taí uma pergunta que lanço diretamente aos envolvidos: Mauri e Carlos, vocês deixarão, algum dia, de apoiar o Hospital Margarida, se o provedor não for "chegado" do grupo político de que fazem parte?

"Os políticos podem até se dividir noutros assuntos, mas principalmente no caso do Hospital Margarida, só valem como parceiros e juntos. Sem parceria e isolados, não valem nada. Quem discordar que se afaste e aguarde o julgamento desta e das gerações futuras."

Traduzindo: Qualquer político de João Monlevade é obrigado a contribuir por dever de societas, mas entra só com o dinheiro. Os tais pilares são sagrados. O fato do dinheiro ser público e, portanto, merecer cuidados e auditagens no seu emprego, é irrelevante aqui. Quem não concordar não pode propor caminhos alternativos, apenas seguir o roteiro pronto. E ainda vai arder no mármore do inferno!

Márcio Passos é um baita profissional. Eu o admiro muito neste quesito, mas discordo de muitos dos seus métodos. Se existe algo de positivo nesta "pérola" é deixar muito claro: Carlos e Mauri terão, mais uma vez, a assessoria de Márcio para as eleições que chegam.

Agenda Oculta? Mostrem-me um único político que não lutará com unhas e dentes para manter o Margarida funcionando bem, e eu mostarei a vocês um zumbi político. Mostrem-me um único administrador competente (se houver outro na cidade, a julgar pelas colocações de Márcio Passos) que queira mostrar um mau serviço à frente do Margarida, e eu mostrarei a vocês um louco de pedra. Ah, e o Margarida é quintal privativo, viu? Pelo menos foi o que eu entendi...

2 comentários:

Fernando Fonseca Garcia disse...

Essa foi ótima! Tão boa que fui obrigado a atualizar e republicar uma postagem antiga do Monlewood que tinha o seguinte título: Leviandade Política no Margarida. Já disse e volto a repetir: Lucien só larga o osso depois que a Gervásio Engenharia tiver construído e feito tudo o que tem que fazer no Hospital.

Fernando Fonseca Garcia

Manthis disse...

Eu iria tecer meus comentários sobre o post do MPassos no meu blog. Mas como retrucar uma pessoa que desconhece totalmente o funcionamento de uma instituição de saúde? Ele por acaso já pensou que o Hospital Margarida é tão bom como qualquer outro hospital?
Simples de resolver. Tire o corpo técnico do hospital e troque todos os médicos que lá estão. O Hospital vai funcionar da mesma forma?
Gestão não é nada se não tiverem um excelente corpo técnico sustentando a estrutura. Pilares políticos podem ruir ao sabor do poder, ou dos escândalos.