quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A Monlevade que retrocede


Levei meus dois filhos para fazerem sua matrícula na Biblioteca Pública Municipal. Saímos de lá, os três, menores do que entramos. Não tanto pelos livros encontrados, já que conseguimos nos abastecer com seis deles. Mas por tudo que não encontramos, a impressão que tive é que os meninos estavam meio que como eu: com o espírito quebrado pela tristeza e pelo desespero.

Este é um pedido de socorro amplo, geral e irrestrito. Sem demagogias, ideologias ou outras gias de qualquer natureza. Vamos salvar o que sobrou da Biblioteca Pública. Nem posso pensar em uma campanha de doação de livros. Não haveria espaço para guardá-los. Então, por etapas:

1 - À PMJM, por favor, alojar a Biblioteca num espaço maior. E com recursos mais modernos e estrutura mínima de manutenção. Assim poderemos tentar abastecê-la de livros e destinos novos.

2 - Aos empresários de boa fé, por favor, patrocinar a modernização dela, na esfera da computação e da gestão. É um investimento social maravilhoso, e um marketing saudável.

3 - Aos monlevadenses, tão nobres sempre, por favor: vamos abraçar uma causa sem partido, sem dono, sem política, sem rancores. Apenas pela vontade de fazer o bem comum.

4 - Aos que são pais e mães: por favor, vamos incentivar nossos filhos a adquirir outros gostos e outros caminhos. Pela literatura, por exemplo.

Se peço tudo que é tanto e, pensando com carinho, tão pouco, é porque devo muito àquela Biblioteca. Ali passei muitas tardes, ali descobri um mundo novo.

Digo sem medo de errar que a Biblioteca salvou minha vida. Talvez, e por isso mesmo, tenha também salvado muitas outras vidas. Colocando desta forma, acho que fica mais fácil compreender que todo o gasto feito pela ressurreição da Biblioteca Municipal valha muito a pena.

Porque ela pode abrigar muitas crianças que, na falta do mundo da literatura, poderiam acabar conhecendo o mundo do crack, por exemplo.

Não sei por onde começar, nem como. Eu realmente não entendo como poderia ser feito. Mas me disponho a ajudar com braços, pernas, coração e mente. E com a alma, porque a que tenho a Biblioteca ajudou a moldar.

Por favor, é um pedido sincero de socorro. A ninguém em particular e à todo mundo. Talvez muitas outras vidas em João Monlevade possam ser salvas, com um pequeno esforço a mais.

Abraçar uma causa como essa pode não colocar a cidade no rumo do avanço. Mas deixar como está me parece um método, certeiro, de nos manter num retrocesso medieval.

Um comentário:

Marcelinho disse...

Caro Amigo Célio,
apoio irrestrito e incondicional à esta causa.
Tem-se que pensar, também, em um (a) Bibliotecário (a) permanente, como nas bibliotecas das universidades, grandes cidades, etc.
Parabéns pela magnífica idéia.
É muito bom discutir idéias, com quem gosta de discutir idéias.
Abraços.