sexta-feira, 12 de março de 2010

3 tipos de política


São muitos anos afastado dela. Militei na base de adolescência do Partido dos Trabalhadores (1985 a 1991) e, por consequência, na base da criação de uma política que hoje se encontra consolidada e espalhada pelo país. Independente das cores, siglas e direcionamentos de ideologia, porque política se desenvolve não naquilo que sabemos, mas principalmente naquilo que aprendemos com as visões diversas da nossa.

Hoje, a minha complacência me permite avançar para além das siglas e cores. Desde 1991 acompanho externamente a construção do modelo político ideal (com uma pequena recaída por volta de 2007, quando me filiei ao PV, para me desligar no princípio do ano passado).

Este acompanhamento e vivência, tanto de dentro do sistema quanto fora dele, me mostrou apenas 3 tipos de política (ressalva para minha ignorância, porque outras pessoas podem ter obtido muito mais conhecimento a partir da mesma vivência):

A política 3S: Sapato, Saliva e Serenidade - O sapato para chegar onde realmente importa; a saliva para dialogar com quem realmente importa; a serenidade para entender divergências que realmente importam.

A política Murro na mesa e coice na cadeira: não é piada. Existe e muita gente sabe do que estou falando. Poucos exemplos úteis podem advir daí se é a única utlizada. Mas é o último bastião de honra a que um agente político pode recorrer, quando o resto já se perdeu no jogo cotidiano.

E a terceira política, até hoje infalível quando executada: a junção das duas anteriores no mesmo ator político.

Porque jamais vi um político obter sucesso e reconhecimento sem gastar sapato. Indo à fonte do poder: o povo. Por motivos que ninguém (e todo mundo) entende, o mandato confere poder instantâneo. Mas só o povo confere mandatos. Daí...

Sem gastar saliva, na hora correta e com os interlocutores apropriados, jamais vi um político obter sucesso.

Sem a serenidade, vi muitos políticos bons se perderem. Às vezes, implodindo em minutos um trabalho de anos de construção de uma imagem e de uma biografia. Por excesso dela, vi muitos políticos perderem a identificação popular: todo fazendeiro nutre amor genuíno por sua fonte de sustento (plantações e gado), mas só o fazendeiro inteligente nutre respeito pelos seus cães de guarda e por sua carabina. Sem os quais, claro, o resto vira pasto para os lobos em volta.

O povo, sabiamente, não acredita que os frouxos demais, mansos demais, liderem. Liderança é para líderes.

E, após tudo isso fazer parte da mistura de um político capaz, ele ainda terá que saber os momentos chave de dar os inevitáveis murros na mesa e coices na cadeira. Para manter os anéis, é obrigatório manter os dedos.

O último detalhe: não existe político ruim, se o ambiente é de fartura. A bonança não identifica um bom marinheiro. Minha análise se aplica aos momentos de turbulência. Estes é que separam os homens dos garotinhos.

Um comentário:

Anônimo disse...

muito ruim nao ententi