Após o forte calor do verão, e antes das manhãs cinzentas de inverno, tem que acontecer o outono. Um intervalo bem vindo entre a luz e a sombra, entre a plantação e a colheita, entre a escassez e a fartura que a estação promete.
Acredito que é no Outono que acontece a maior parte das reconstruções. Para João Monlevade, por exemplo, uma delas é certeira. A do atual Prefeito. Não sou "amigo" dele, como já frisei. Nada tenho a ver com o Gabinete Institucional que o assessora.
Se existe algo que um dia possa ser, é amigo do Gustavo. E olhe lá, porque está na esfera de vontade dele. Portanto, é só a ele que deixo esta constatação valiosa: não importa muito a decisão do tribunal eleitoral na Terça-Feira. Porque o Prefeito já perdeu:
- aquela faísca elétrica, que acontece nos olhos do povo real, e que significa carinho por um homem público.
- a primeira chance de conhecer cada palmo de João Monlevade, olhando para os problemas das pessoas junto com elas. Para encontrar soluções possíveis com elas.
- a rota de governo, mais importante que a velocidade ou que o ritmo das ações concretas.
- a habilidade de conectar vontades dentro da Prefeitura, traduzida numa tendência de que os setores produzam harmonicamente não porque o Prefeito precisa disso, mas porque a cidade precisa destes setores trabalhando com carinho pelo povo.
Nesta avaliação pessoal, que portanto pode estar errada, deixo em aberto as chances que Gustavo pode ganhar:
- a mais importante: fazer campanha de Prefeito, com a mesma presença que teve na campanha de candidato. Ir ao povo (nem que seja pedindo licença, onde não esteja sendo querido por agora), olhar nos olhos das pessoas, emocionar-se de novo com pessoas. Governar sem projetos é muito difícil e sou um dos primeiros a reconhecer isso. Governar sem pessoas é impossível. Governar sem que seja para as pessoas é impensável.
- a menos importante, mas nem por isso pode ser esquecida: não tentar agradar a todos, porque não conseguirá jamais. Minhas andanças por Monlevade me dizem que os moradores de bem não querem mordomias. Querem apenas a atenção devida e respostas consistentes aos seus anseios. Mesmo que estas respostas sejam nãos, a maioria dos monlevadenses entenderá. Quando os nãos forem muito bem explicados, é claro. E não por assessores. O nome que estava na tela da urna era Gustavo Prandini.
Sinto que o Prefeito poderá não gostar destes alertas. Mas não me incomoda o fato. O que realmente me incomoda é ver o Gustavo meio refém do Gabinete do Prefeito. Ao sair de lá para respirar Monlevade, e sendo possível permanecer no comando do município, poderá haver uma boa chance de fazer funcionar melhor o resto do mandato.
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