segunda-feira, 19 de abril de 2010

Fraude gráfica: primeira fala de Mauri Torres já o joga na lama


O trecho em negrito eu copiei e colei do Blog do Thiago (link ali ao lado)

Mauri disse que participa de entrevista amanhã na Rádio Cultura para esclarecer a situação. Em conversa com a emissora ele disse. "Você sabe o que é nota fria? A empresa não pagou imposto da nota. Eu paguei imposto de cada nota. A empresa é que tem que explicar por que fez isso."

Nem vou gargalhar em público, não é do meu feitio. Vou só tentar explicar o que é inexplicável.

Vejamos: A verba indenizatória de despesas de "mandato" de cada Deputado Estadual mineiro é de 20 mil reais por mês. Acumulável, ou seja, se o nobre parlamentar gastar apenas 5 mil em um mês, ele pode gastar até 35 mil no mês seguinte, e assim sucessivamente. O que equivale a dizer que eles podem gastar até 240 mil reais por ano em despesas reembolsáveis, e só não podem gerar saldo para o ano fiscal seguinte.

Por isso uma nota fraudulenta de gráfica, no valor de 50 mil reais, é possível. O Nobre Deputado pagará pela Nota (NÃO PELOS SERVIÇOS PRESTADOS!!!) 11 mil reais. Os impostos incidirão sobre 11 mil reais, que é o valor em dinheiro que o empresário gráfico receberá. Mauri Torres quer que acreditemos que a sonegação fiscal acontecerá em cima de 50 mil, que o empresário nunca recebeu. recebeu foi 11... Adivinhem quem ajudará a pagar os impostos incidentes sobre 50 mil? Pois é...

Mas a Assembléia Legislativa indenizará 50 mil ao Nobre parlamentar. Sem parlamentar muito com ele. Na boa. Na relax. Na tranquila...

Vamos aos cálculos que foram confessados por um "empresário gráfico". Eu não os fabriquei na minha cabeça de vento.

Valor da Nota = R$ 50.000,00
ISSQN a 5% = R$ 2.500,00
Valor dos serviços efetivos = Só o Deputado e o "gráfico" sabem...
A diferença entre o gasto da "gráfica" + o imposto pago e o valor de R$ 11.000 (que é quanto o "gráfico" se dispõe a receber em dinheiro) é o lucro do "gráfico".

Os outros 39 mil a gente tem que esquecer, não fazem parte deste universo matemático.

O gráfico confessa que recebeu 11 mil mas recebeu cinquenta mil? E a encapetada da coleta de preços, necessária e obrigatória por ser dinheiro público em jogo, fica onde? De onde para cinquenta mil há um abismo financeiro que até o Zé Lelé identifica rapidinho... Mas os nossos intrépidos Deputados (Mauri entre eles) não perceberam mesmo. Coitadinhos...

Não perco a fala de amanhã na "Rádia" por nada deste mundo!!! Garanto que vai sobrar munição, farta e grátis, para desocupados como eu. Gente que não tem a consideração de lustrar as partes íntimas do Nobre Deputado com saliva.

E o Jornal Estado de Minas só mostrou a ponta do iceberg. Imagina o tamanho do parque gráfico completo!

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