sábado, 10 de abril de 2010

Por que o Bulldozer?


Para quem não pode se lembrar, "Bulldozer" é uma denominação genérica para tratores de esteira de enorme potência e torque, utilizados em serviços pesados de limpeza de terreno. Chegam a ser extremamente eficientes até para aplainar pequenas colinas. A sugestão de fotografia oficial para o Gabinete do Prefeito, que eu brinquei de utilizar, é a de um Bulldozer Caterpillar D7R. É o irmão do meio numa família que possui ainda os D3R, D5R, D6R, D9R e o D11R, dentre outros.

Todos são máquinas ferozes na limpeza e na remoção de obstáculos. Por isso, a imagem do trator me pareceu a única capaz de traduzir o caminho que melhor se aplica ao governo atual. Dentre sutilezas de marquetingue e realidades de execução, o Bulldozer governamental deveria operar em tempo integral a partir de agora.

Porque este governo está numa berlinda real, mesmo que a berlinda imaginária e fabricada externamente encubra os problemas internos. Trata-se de uma visão cética a ser aplicada a um projeto que ainda não decolou. Não vou discutir aqui os fatores básicos que contribuíram, não é o espaço adequado e eu não sou ninguém.

Minha única certeza é que se aquele Bulldozer não começar muito depressa o seu trabalho, dentro de pouco tempo haverá montanhas a remover de seu caminho, com tempo impossível de cumprir para que a obra tenha finalização proveitosa. E operadores de Bulldozer não se encontram às dúzias em qualquer esquina. Não os capacitados para operar esta máquina complexa e poderosa.

A ampulheta é o terror de qualquer agente público que tenha ambições legítimas e bem fundamentadas. Porque, apesar de deixar passar uma poeira de cada vez, não pára em momento algum de deixar a areia do tempo escorrendo. E, como Einstein já provou, virar a ampulheta não muda a relação de espaço-tempo. Só muda o ângulo de visão absoluta.

Podemos ignorar a ampulheta pessoal que nos aflige, a todos. Podemos optar pelo relógio, instrumento mais moderno e preciso. Mas o tempo não precisa de nenhum dos dois para correr. Ele simplesmente flui.

Tic...Tac...Tic...Tac...

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